PAIXÃO, CURIOSIDADE E INTERESSE PELA CIÊNCIA: EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NA ROTINA DOCENTE ATRAVÉS DE UM OLHAR EM FORMAÇÃO
Resumo
A intervenção, tal como proposta de ação do Programa Institiucional de Bolsas de
Iniciação à Docência – PIBID, deve ser compreendida e desenvolvida como ação
conjunta, partilhada entre bolsistas e o coletivo da escola. Porém, observa-se que
em determinados momentos encontrou-se dificuldades para o cumprimento desta
ação. O pouco preparo e a insegurança devido ao fato dos bolsistas estarem
iniciando o curso de licenciatura em Ciências Biológicas, somados a um momento
atípico vivenciado na escola, o qual gerou a necessidade de assumirem cerca de
80% (oitenta por cento) do tempo hábil da aula, tornaram-se um grande desafio.
Segundo Gadotti (2007): “aprender e ensinar com sentido é aprender e ensinar
com um sonho na mente”. Dito isto, o objetivo deste trabalho foi relatar as
experiências vivenciadas durante as intervenções na rotina docente através do
olhar dos professores em formação (pibidianos), buscando despertar nos
educandos a paixão, a curiosidade e o interesse pela Ciência. As atividades foram
desenvolvidas em sala de aula devido ao fato de o laboratório de Ciências ter sido
considerado pela professora regente como um ambiente inadequado e pequeno
para a realização das atividades. Em sala de aula, com as turmas de 9º ano,
foram abordados temas relacionados aos fundamentos da Química e suas
propriedades, conforme o conteúdo programático previamente disponibilizado
pela Escola. Buscou-se desenvolver atividades práticas sobre assuntos teóricos
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
da disciplina, contextualizando ao máximo temas curriculares com o cotidiano,
sempre supervisionados pela professora titular, porém sem interferência da
mesma. Foram desenvolvidas, em um primeiro momento, atividades práticas em
laboratório demonstrando que para aprender não é necessário ficar apenas em
uma sala de aula, com metodologias teóricas, cujos recursos básicos de ensino
são quadro e caderno, demostrando de forma criativa e exemplificada a
introdução da química com base em fenômenos, reações e elementos. O livro
didático neste momento, tornou-se auxiliar para consulta de conceitos específicos.
Recursos de mídia e internet foram utilizados para complementar e despertar
ainda mais a curiosidade dos alunos. No decorrer do semestre, buscou-se
responder todos os questionamentos e discussões incluindo drogas sintéticas e,
até mesmo, acidentes nucleares, assuntos estes sugeridos pelos próprios alunos.
As pautas abordadas como sugestão foram utilizadas para aprofundar o
conhecimento sempre relacionadas a disciplina estudada. Para domínio do
conteúdo e posterior abordagem em sala de aula foi necessário que os bolsistas
buscassem capacitações e complementações em grupos de estudos. Buscou-se
ainda roteiros de práticas a partir da literatura, tais como artigos científicos e
apostilas escolares para auxiliar na elaboração das atividades. Para discussão
com os discentes a respeito de assuntos diversos, as dúvidas dos bolsistas eram
sanadas com auxílio dos professores de graduação. É importante salientar que os
alunos receberam com afetividade e entusiasmo os diferentes momentos de
aprendizagem, sendo receptivos e participativos durante todo o processo de
desenvolvimento das aulas. Foram ainda favorecidos quanto a retomada de
conteúdos, de modo lúdico e criativo, oportunizando maior fixação dos mesmos.
Observou-se que desta forma, os discentes mostraram-se mais interessados e
curiosos sobre como e em que momentos a Química está presente em suas
vidas. As atividades foram suspensas devido a substituição da professora titular,
momento em que o educador substituto escolheu por não dar continuidade às
ações de intervenção. Para a avaliação da modalidade desenvolvida até o
momento de troca dos professores, os bolsistas retornaram, após três meses e
questionaram os alunos sobre a forma de abordagem dos conteúdos e
aprendizagem durante as intervenções através da pergunta: “O que eu aprendi
nas aulas de Química com os bolsistas do PIBID?”. Foram coletados relatos
espontâneos de 30 (trinta) estudantes. Dentre os relatos destacam-se a
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
assimilação dos conteúdos conforme o proposto inicialmente. “Bom, aprendi que
a química é muito mais que experimentos em um laboratório, aprendi que a
química é tudo (não estou exagerando, é tudo mesmo). Eu aprendi que pode ser
utilizada muito além de trabalhar em um laboratório e ser professor com a
química. Você pode desvendar crimes e fazer drogas, remédios (não que eu
queira fazer esse tipo de coisa, mas isso é incrível). Eu aprendi que aula não é só
uma pessoa na frente da sala falando e mandando nós copiarmos, que essas
pessoas chamadas professores podem fazer dinâmicas excelentes e assim
aprendemos muito mais. Isso foram só algumas das muitas coisas que eu
aprendi” e, "Com vocês aprendemos que química é tudo, que podemos fazer uma
mini experiência e torná-la essencial para o mundo. Aprendemos que um simples
elemento, por mais pequeno que ele for, pode mudar tudo na verdade, como
aprendemos com vocês: química é tudo!”. A partir destes relatos, percebe-se o
encantamento do discente com a descoberta do conhecimento e diversas
possibilidades de conexão com o cotidiano. Gadotti (2007) ressalta que: “quando
uma criança tem uma relação afetiva positiva com a escola e gosta do professor,
da professora, pode aprender com mais facilidade: o afetivo e o cognitivo são
inseparáveis”. Tais atividades contribuiram significativamente para a melhoria da
compreensão de conceitos químicos pelos alunos, visto que os relatos dos
mesmos foram analisados em um considerável intervalo de tempo. Neste sentido,
o PIBID nos proporciona a vivência de experiências teóricas e práticas. Permitese
destacar a importância do papel do professor em conjunto com a metodologia
de ensino adaptada para uma realidade mais próxima aos estudantes. Assim, a
realidade do ambiente escolar atual com suas dificuldades não impede a tentativa
de oportunizar um pleno desenvolvimento do saber, tornando os educandos
interessados na disciplina, instigando suas curiosidades. Assim, compreendeu-se
a real importância de momentos como aqui expressos, tanto para os bolsistas,
pela oportunidade de retornar à Escola, quanto aos alunos por serem
beneficiados com aulas diferenciadas proporcionando entusiasmo no momento da
aprendizagem.
Iniciação à Docência – PIBID, deve ser compreendida e desenvolvida como ação
conjunta, partilhada entre bolsistas e o coletivo da escola. Porém, observa-se que
em determinados momentos encontrou-se dificuldades para o cumprimento desta
ação. O pouco preparo e a insegurança devido ao fato dos bolsistas estarem
iniciando o curso de licenciatura em Ciências Biológicas, somados a um momento
atípico vivenciado na escola, o qual gerou a necessidade de assumirem cerca de
80% (oitenta por cento) do tempo hábil da aula, tornaram-se um grande desafio.
Segundo Gadotti (2007): “aprender e ensinar com sentido é aprender e ensinar
com um sonho na mente”. Dito isto, o objetivo deste trabalho foi relatar as
experiências vivenciadas durante as intervenções na rotina docente através do
olhar dos professores em formação (pibidianos), buscando despertar nos
educandos a paixão, a curiosidade e o interesse pela Ciência. As atividades foram
desenvolvidas em sala de aula devido ao fato de o laboratório de Ciências ter sido
considerado pela professora regente como um ambiente inadequado e pequeno
para a realização das atividades. Em sala de aula, com as turmas de 9º ano,
foram abordados temas relacionados aos fundamentos da Química e suas
propriedades, conforme o conteúdo programático previamente disponibilizado
pela Escola. Buscou-se desenvolver atividades práticas sobre assuntos teóricos
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
da disciplina, contextualizando ao máximo temas curriculares com o cotidiano,
sempre supervisionados pela professora titular, porém sem interferência da
mesma. Foram desenvolvidas, em um primeiro momento, atividades práticas em
laboratório demonstrando que para aprender não é necessário ficar apenas em
uma sala de aula, com metodologias teóricas, cujos recursos básicos de ensino
são quadro e caderno, demostrando de forma criativa e exemplificada a
introdução da química com base em fenômenos, reações e elementos. O livro
didático neste momento, tornou-se auxiliar para consulta de conceitos específicos.
Recursos de mídia e internet foram utilizados para complementar e despertar
ainda mais a curiosidade dos alunos. No decorrer do semestre, buscou-se
responder todos os questionamentos e discussões incluindo drogas sintéticas e,
até mesmo, acidentes nucleares, assuntos estes sugeridos pelos próprios alunos.
As pautas abordadas como sugestão foram utilizadas para aprofundar o
conhecimento sempre relacionadas a disciplina estudada. Para domínio do
conteúdo e posterior abordagem em sala de aula foi necessário que os bolsistas
buscassem capacitações e complementações em grupos de estudos. Buscou-se
ainda roteiros de práticas a partir da literatura, tais como artigos científicos e
apostilas escolares para auxiliar na elaboração das atividades. Para discussão
com os discentes a respeito de assuntos diversos, as dúvidas dos bolsistas eram
sanadas com auxílio dos professores de graduação. É importante salientar que os
alunos receberam com afetividade e entusiasmo os diferentes momentos de
aprendizagem, sendo receptivos e participativos durante todo o processo de
desenvolvimento das aulas. Foram ainda favorecidos quanto a retomada de
conteúdos, de modo lúdico e criativo, oportunizando maior fixação dos mesmos.
Observou-se que desta forma, os discentes mostraram-se mais interessados e
curiosos sobre como e em que momentos a Química está presente em suas
vidas. As atividades foram suspensas devido a substituição da professora titular,
momento em que o educador substituto escolheu por não dar continuidade às
ações de intervenção. Para a avaliação da modalidade desenvolvida até o
momento de troca dos professores, os bolsistas retornaram, após três meses e
questionaram os alunos sobre a forma de abordagem dos conteúdos e
aprendizagem durante as intervenções através da pergunta: “O que eu aprendi
nas aulas de Química com os bolsistas do PIBID?”. Foram coletados relatos
espontâneos de 30 (trinta) estudantes. Dentre os relatos destacam-se a
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
assimilação dos conteúdos conforme o proposto inicialmente. “Bom, aprendi que
a química é muito mais que experimentos em um laboratório, aprendi que a
química é tudo (não estou exagerando, é tudo mesmo). Eu aprendi que pode ser
utilizada muito além de trabalhar em um laboratório e ser professor com a
química. Você pode desvendar crimes e fazer drogas, remédios (não que eu
queira fazer esse tipo de coisa, mas isso é incrível). Eu aprendi que aula não é só
uma pessoa na frente da sala falando e mandando nós copiarmos, que essas
pessoas chamadas professores podem fazer dinâmicas excelentes e assim
aprendemos muito mais. Isso foram só algumas das muitas coisas que eu
aprendi” e, "Com vocês aprendemos que química é tudo, que podemos fazer uma
mini experiência e torná-la essencial para o mundo. Aprendemos que um simples
elemento, por mais pequeno que ele for, pode mudar tudo na verdade, como
aprendemos com vocês: química é tudo!”. A partir destes relatos, percebe-se o
encantamento do discente com a descoberta do conhecimento e diversas
possibilidades de conexão com o cotidiano. Gadotti (2007) ressalta que: “quando
uma criança tem uma relação afetiva positiva com a escola e gosta do professor,
da professora, pode aprender com mais facilidade: o afetivo e o cognitivo são
inseparáveis”. Tais atividades contribuiram significativamente para a melhoria da
compreensão de conceitos químicos pelos alunos, visto que os relatos dos
mesmos foram analisados em um considerável intervalo de tempo. Neste sentido,
o PIBID nos proporciona a vivência de experiências teóricas e práticas. Permitese
destacar a importância do papel do professor em conjunto com a metodologia
de ensino adaptada para uma realidade mais próxima aos estudantes. Assim, a
realidade do ambiente escolar atual com suas dificuldades não impede a tentativa
de oportunizar um pleno desenvolvimento do saber, tornando os educandos
interessados na disciplina, instigando suas curiosidades. Assim, compreendeu-se
a real importância de momentos como aqui expressos, tanto para os bolsistas,
pela oportunidade de retornar à Escola, quanto aos alunos por serem
beneficiados com aulas diferenciadas proporcionando entusiasmo no momento da
aprendizagem.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.