SUSTENTABILIDADE E ARTE: PROVOCANDO EXPERIÊNCIAS
Resumo
O subprojeto Letras/Português, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
à Docência – PIBID/UNISC, estuda textos teóricos com o intuito de que eles
subsidiem nossas ações na escola. Entre um dos eixos norteadores estudados
pelo grupo está o conceito de experiência proposto por Jorge Larrosa Bondía
(2002) que a encara como “o que nos passa, o que nos acontece, o que nos
toca”. Na EMEF São Canísio, tivemos a oportunidade de atuar na modalidade de
oficinas. Era desejo da escola de que o subprojeto se envolvesse com a
Sustentabilidade, tema de muito valor para a instituição e comunidade em que se
localiza. Neste propósito, nossos planejamentos focalizaram estabelecer uma
relação entre o universo das Letras e a preservação da natureza tentando
proporcionar, ao mesmo tempo, que a experiência acontecesse dentro da sala de
aula. Inicialmente realizamos uma leitura da carta do Cacique Seattle, dirigida ao
presidente norte-americano Franklin Pierce, em 1854, um documento histórico
considerado uma grande declaração de amor à natureza. Nosso intuito era
despertar o aluno à experiência, a entregar-se ao sentimento que se esvai do
texto e deixar o texto tocá-lo, atravessá-lo. Em um cartaz coletivo, cada aluno
iniciava a sua própria pintura que deveria tentar transmitir o sentimento de amor
do Cacique pela natureza. Logo, uma pintura se unia a outra, e um aluno pintava
o desenho do outro, criando, assim, uma única pintura de amor à natureza. Já em
outra atividade, estabelecemos um link entre uma reportagem da série Cidades e
Soluções sobre os jardins filtrantes, inspirados nas pinturas de Monet, com a
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
releitura de obras impressionistas diretamente ligadas à natureza. Depois, os
alunos realizaram uma pesquisa sobre os pintores Rugendas e Debret, com os
quais fizemos um paralelo entre o Brasil recém descoberto, pintado por eles, e o
Brasil de agora. Após a leitura de uma adaptação da carta de Pero Vaz de
Caminha aos alunos, colocamos um som de mar com tempestade e pedimos que
eles fechassem os olhos. Narramos a eles uma suposta chegada ao Brasil, de
maneira que deveriam imaginar a si mesmos descobrindo o país. Cada aluno
reproduziu a narrativa que imaginou em um desenho. Posteriormente, inventaram
o rei que teria mandado eles ao país, construindo sua figura em um desenho
coletivo. A partir da narrativa do desenho e da construção da figura do rei, os
alunos escreveram uma carta a ele, contando a aventura que passaram e como
está o Brasil atualmente. Para finalizar o semestre, na intenção de sintetizar tudo
o que aprenderam, os próprios alunos construíram um teatro sobre o tema
sustentabilidade, que foi apresentado aos demais estudantes da escola. Desta
maneira, nossas oficinas caminharam no sentido de tentar possibilitar ao aluno a
experiência através do conteúdo e não apenas repassá-lo por uma metodologia
tradicional, permitindo, assim, que o conteúdo o toque e transpasse por ele, não
de maneira rasa e direta, mas de forma afetiva. Se para Larrosa (2002) a
experiência não é o que acontece, mas o que nos acontece, o autor afirma que
duas pessoas, ainda que enfrentem um mesmo acontecimento, não fazem a
mesma experiência, esta é única, singular e impossível de ser repetida.
Proporcionar a experiência em sala de aula é, em nossa visão, um dos maiores
feitos que a docência pode oferecer.
à Docência – PIBID/UNISC, estuda textos teóricos com o intuito de que eles
subsidiem nossas ações na escola. Entre um dos eixos norteadores estudados
pelo grupo está o conceito de experiência proposto por Jorge Larrosa Bondía
(2002) que a encara como “o que nos passa, o que nos acontece, o que nos
toca”. Na EMEF São Canísio, tivemos a oportunidade de atuar na modalidade de
oficinas. Era desejo da escola de que o subprojeto se envolvesse com a
Sustentabilidade, tema de muito valor para a instituição e comunidade em que se
localiza. Neste propósito, nossos planejamentos focalizaram estabelecer uma
relação entre o universo das Letras e a preservação da natureza tentando
proporcionar, ao mesmo tempo, que a experiência acontecesse dentro da sala de
aula. Inicialmente realizamos uma leitura da carta do Cacique Seattle, dirigida ao
presidente norte-americano Franklin Pierce, em 1854, um documento histórico
considerado uma grande declaração de amor à natureza. Nosso intuito era
despertar o aluno à experiência, a entregar-se ao sentimento que se esvai do
texto e deixar o texto tocá-lo, atravessá-lo. Em um cartaz coletivo, cada aluno
iniciava a sua própria pintura que deveria tentar transmitir o sentimento de amor
do Cacique pela natureza. Logo, uma pintura se unia a outra, e um aluno pintava
o desenho do outro, criando, assim, uma única pintura de amor à natureza. Já em
outra atividade, estabelecemos um link entre uma reportagem da série Cidades e
Soluções sobre os jardins filtrantes, inspirados nas pinturas de Monet, com a
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
releitura de obras impressionistas diretamente ligadas à natureza. Depois, os
alunos realizaram uma pesquisa sobre os pintores Rugendas e Debret, com os
quais fizemos um paralelo entre o Brasil recém descoberto, pintado por eles, e o
Brasil de agora. Após a leitura de uma adaptação da carta de Pero Vaz de
Caminha aos alunos, colocamos um som de mar com tempestade e pedimos que
eles fechassem os olhos. Narramos a eles uma suposta chegada ao Brasil, de
maneira que deveriam imaginar a si mesmos descobrindo o país. Cada aluno
reproduziu a narrativa que imaginou em um desenho. Posteriormente, inventaram
o rei que teria mandado eles ao país, construindo sua figura em um desenho
coletivo. A partir da narrativa do desenho e da construção da figura do rei, os
alunos escreveram uma carta a ele, contando a aventura que passaram e como
está o Brasil atualmente. Para finalizar o semestre, na intenção de sintetizar tudo
o que aprenderam, os próprios alunos construíram um teatro sobre o tema
sustentabilidade, que foi apresentado aos demais estudantes da escola. Desta
maneira, nossas oficinas caminharam no sentido de tentar possibilitar ao aluno a
experiência através do conteúdo e não apenas repassá-lo por uma metodologia
tradicional, permitindo, assim, que o conteúdo o toque e transpasse por ele, não
de maneira rasa e direta, mas de forma afetiva. Se para Larrosa (2002) a
experiência não é o que acontece, mas o que nos acontece, o autor afirma que
duas pessoas, ainda que enfrentem um mesmo acontecimento, não fazem a
mesma experiência, esta é única, singular e impossível de ser repetida.
Proporcionar a experiência em sala de aula é, em nossa visão, um dos maiores
feitos que a docência pode oferecer.
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