DOCÊNCIA ASSISTIDA NO ENSINO DE CIÊNCIAS: ESTRATÉGIAS E PERCEPÇÕES NA VIVÊNCIA ESCOLAR, EM DUAS ESCOLAS PARTICIPANTES DO PIBID - SANTA CRUZ DO SUL, RIO GRANDE DO SUL

Caroline de Oliveira Cortes, Diana Dal Moro, Graziele Cristina Thiesen, Tania Bernhard

Resumo


Os cursos de formação inicial buscam preparar profissionais com perfil crítico e
reflexivo em relação a sua prática docente, contribuindo desta forma para uma
aprendizagem significativa. Nesta perspectiva, o Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Científica - PIBID acrescenta possibilidades de interação do
licenciando com a realidade escolar, desde o início do curso. A partir da docência
assistida, inicia-se a construção da identidade do profissional educador,
viabilizada por um estudo constante priorizando as mudanças necessárias à
educação. Durante o primeiro semestre do ano letivo de 2015, realizou-se
docência assistida em duas escolas participantes do PIBID/UNISC, em turmas de
8º ano A e B na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz e turmas de 7º ano
da Escola Estadual de Educação Básica Estado de Goiás em Santa Cruz do Sul -
RS. A partir da teoria repassada aos alunos pelo professor, referente ao conteúdo
específico da série, foram desenvolvidas atividades práticas diversificadas, préplanejadas
pelas bolsistas, visando uma aula descontraída e interativa,
promovendo vínculos de aprendizado com o cotidiano dos alunos. Estas
atividades, aliadas aos assuntos trabalhados em sala de aula pelo professor
titular, dispostos no plano de ensino da disciplina, complementam o entendimento
dos conteúdos no ensino de Ciências. Na Escola Santa Cruz foram desenvolvidas
abordagens para os conteúdos de células e tecidos, sexualidade, nutrição e
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sistemas digestório e respiratório. Realizaram-se jogos pedagógicos, dinâmicas
interativas, rodas de conversa, cartazes pedagógicos e roteiros experimentais. Na
Escola Estado de Goiás foram desenvolvidas abordagens dos conteúdos de 7º
ano, tais como fungos, poríferos e cnidários, platelmintos e nematelmintos.
Realizaram-se visualizações de lâminas microscópicas nos laboratórios de ensino
da UNISC, sendo um dos momentos mais marcantes para os alunos. Foram
confeccionados cartazes pedagógicos com apresentações orais e, na sequência,
pesquisas sobre os demais temas, constituindo o aprofundamento do aprendizado
sobre os conteúdos abordados. Em ambas as escolas trabalhou-se com turmas
diferentes, porém do mesmo ano escolar, proporcionando experiências
diferenciadas a partir das diversidades das turmas. Nos 8º anos A e B percebeuse
diferenças de comportamento em níveis de aprendizagem, o que também foi
observado nos 7º anos. Na Escola Santa Cruz, os alunos da turma de 8º ano A
apresentaram-se mais interessados, trabalharam em grupos e conseguiram um
bom aproveitamento das atividades em relação ao aprendizado do conteúdo.
Diferentemente desta, a turma de 8º ano B mostrou-se pouco interativa e
dedicada em relação às atividades teóricas propostas pela professora, bem como
às práticas elaboradas pelas bolsistas. Na Escola Estado de Goiás, a interação
com a turma 71 mostrou-se mais dificultosa, devido ao comportamento e o alto
índice de repetência na turma, porém as atividades foram desenvolvidas com
êxito. Na turma 72, apesar de disponibilizado a metade do tempo trabalhado com
os alunos, em comparação com as outras duas turmas, ocorreu uma fluência
significativa no desenvolvimento das aulas. Na turma 73, apesar de também
apresentarem um perfil de turma mais agitada como a turma 71, as atividades
foram significativamente aproveitadas pelos alunos. A docência assistida
possibilita às bolsistas a vivência de diferentes momentos pedagógicos e
realidades sociais diversificadas, tem-se a oportunidade de desenvolver diferentes
métodos pedagógicos para melhor aproveitamento do ensino, com reações
diversificadas em relação a participação dos alunos, sendo elas positivas ou
negativas. Com a vivência de sala de aula, as bolsistas adquiriram um melhor
entendimento sobre a rotina escolar. Em ambas as escolas, percebeu-se uma
aceitação positiva em relação a interação do bolsista com professores e alunos. A
partir disto, conseguiu-se perceber a fluência dos alunos em relação a execução
das práticas e o tempo disponibilizado para a efetivação das mesmas, apesar de
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algumas turmas apresentarem o tempo reduzido, a produtividade de cada um
baseia-se no empenho geral. A importância da monitoria está direcionada ao
aspecto pessoal e ganho de experiências, sejam estas para os alunos bolsistas
ou aos alunos assistidos, e na troca de conhecimento entre o professor titular e o
bolsista, em que a relação se torna benéfica para ambos. O bolsista experimenta
seu trabalho docente percebendo as variações das turmas trabalhadas. O fato de
estarem em contato direto com os alunos proporciona situações inusitadas, que
vão desde ganhos pessoais de aprendizagem e comprometimento até a falta de
estímulos em que a conduta dos alunos se torna árdua. Apesar disso, os
ensinamentos adquiridos com o professor titular e os alunos integram a carga de
conhecimento do bolsista, o qual revela novos horizontes e perspectivas
acadêmicas, da aproximação entre a ciência e o cotidiano e do aprimoramento
sobre métodos de ensino. Acredita-se que as experiências vivenciadas na
monitoria são marcas que ficarão impressas, servindo para despertar vocações
ou prevenir imprecisões futuras.

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