O PERFIL DAS CRIANÇAS INTERNADAS EM UNIDADE PEDIÁTRICA: PROJETO DE ATENÇÃO A SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, PASCA.

Alice Adriana Spiegel, Alice Laner de Oliveira, Leni Dias Weigelt, Maristela Soares Rezende

Resumo


 

Doença e hospitalização alteram a vida da criança e da família. É um processo de difícil adaptação, pois, nesse ambiente, a criança se submete a condições nem sempre esperadas; saindo do convívio familiar e passando a conviver num ambiente que pode gerar medo, sofrimento e fragilidades. Sensibilizados com esses sentimentos professores e bolsistas do Projeto de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (PASCA) da Universidade de Santa Cruz do Sul, vêm desenvolvendo ações desde 2004, junto à pediatria, com usuários do Sistema Único de Saúde, crianças e familiares. Este projeto de pesquisa e extensão visa minimizar estresse e o desconforto gerado no ambiente hospitalar, tornando assim, o mesmo, mais humanizado, através da recreação, ensino e educação em saúde. Assim, são realizadas ações na sala de recreação e biblioteca com leitura, atividades pedagógicas, vídeos, brincadeiras, com desenhos e pinturas, bonecas e carrinhos, jogos infantis, e outros. Visitas à beira do leito, orientando sobre doenças e sanando dúvidas dos familiares, visando diminuir o índice de internação e de reinternação são também realizadas. Esse trabalho apresenta resultados de uma pesquisa qualitativa descritiva, com objetivo de identificar o perfil de crianças internadas na Unidade Pediátrica do Hospital Santa Cruz, que participaram do PASCA, com idades, entre zero a doze anos, que os pais concordaram em participar da pesquisa. A coleta dos dados ocorreu entre maio e junho de 2011, participando 19 sujeitos. Os resultados apontaram maior incidência de hospitalização em crianças de zero a seis meses de idade devido a doenças do aparelho respiratório (seis) e gastrointestinais (três); e as seis reinternações, foram por problemas pulmonares. Três famílias residem em outras cidades, a maioria (16) é de Santa Cruz do Sul, e apontam o Centro Materno Infantil como o serviço mais utilizado. Pode-se observar que as famílias estão reduzindo o número de filhos, ou seja, das crianças internadas, a maioria contava com apenas um irmão, e os mesmos permanecem a maior parte do dia com seus familiares. Quanto à gestação das crianças internadas, dez mães realizaram seis ou mais consultas no pré-natal; e oito, entre quatro a seis. Em relação à idade gestacional, a maioria dos partos ocorreu a termo, entre 37 a 42 semanas, e apenas dois pré-termo. Destes, dez partos normais e nove cesáreas. Com relação ao peso dos bebês, quinze apresentaram entre três e quatro quilos. Dezessete crianças mamaram no peito, destas seis deixaram o leite materno aos seis meses. Quatorze usou a mamadeira como recurso para sua alimentação, sendo que em dez, foi introduzida a mamadeira antes dos seis meses. O uso do açúcar juntamente com o leite foi utilizado pela maioria. Destaca-se que o aleitamento protege o lactante, aumentando a imunidade e diminui a incidência de doenças. Conforme relatado, o objetivo do estudo esta sendo atingindo uma vez que estes dados expõem situações que carecem de intervenções para promoção da saúde e prevenção de doenças, através de ações lúdicas e educativas, fortalecendo o vinculo entre pais e filhos. Nesse convívio, procura-se contribuir para o auto cuidado e autonomia dos participantes, com ações que ultrapassam o ambiente hospitalar, podendo interferir na qualidade de vida, da família e da comunidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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