VALORIZANDO A REALIDADE

Juliane Glashorester Soares, Matheus Machado Fonseca, Alexandre Davi Borges

Resumo


 

RESUMO Neste artigo apresentaremos como é desenvolvido o projeto Retratos da Vida no Bairro Rauber, localizado na periferia de Santa Cruz do Sul, bem como os resultados obtidos com a realização do mesmo.

INTRODUÇÃO: O Programa Vivências Comunitárias é um programa de extensão voltado para os bairros populares, urbanos e rurais, promovendo a integração e a valorização entre comunidades e estudantes, consolidado através do desenvolvimento de ações com jovens e adultos das comunidades. O projeto é desenvolvido no Bairro Rauber, uma das comunidades mais carentes do município. Em parceria com a escola municipal José Leopoldo Rauber, jovens estudantes da escola envolvem-se com esta atividade extraclasse, que tem como objetivo principal valorizar o contexto de vida dos próprios jovens. Esta valorização está ligada, intencionalmente, às relações de vida, família e comunidade dos próprios jovens, e utiliza como instrumento a fotografia. O projeto Retratos da Vida está, atualmente, na sua 4ª edição na Escola José Leopoldo Rauber, já tendo trabalhado com crianças da 4ª e 8ª séries. Os encontros são realizados semanalmente nas dependências da escola. Constitui-se em aulas teóricas e práticas sobre fotografia, tanto em relação à técnica como em relação a seu caráter sociocultural. A coordenação do projeto é feita pelo professor Alexandre Davi Borges com apoio de uma bolsista e uma voluntária. O relato exposto abaixo é das experiências e atividades realizadas desde 2008, ano da 1ª edição do projeto, até hoje. METODOLOGIA: Nas primeiras aulas os alunos aprendem os princípios básicos da fotografia analógica e digital, aprofundando tais conhecimentos ao longo do projeto. Ao final de cada aula os alunos recebem atividades que deverão ser realizadas no decorrer da semana, nas quais fotografarão suas próprias realidades, utilizando-se de câmeras doadas por voluntários. Ao fotografarem suas casas, seus familiares, seus amigos e tudo que os cercam, registraram e – mais importante – retratam sua vida, sua realidade através das lentes fotográficas. Mensalmente, os alunos são convidados a visitar as instalações do laboratório de fotografia da própria universidade, aprimorando o que aprendem em sala de aula. Ao final do projeto, há a montagem de uma exposição fotográfica coletiva das crianças na qual, através dos processos de escolha crítica e edição de imagens, as crianças selecionaram as imagens que mais agradavam. Na ocasião de abertura da exposição, as crianças ficam ao lado de suas imagens e contavam, através destas, um pouco de suas vidas. Este movimento trouxe consigo o principal elemento que estava contemplado nos objetivos: aumentar a autoestima das crianças e da comunidade através de sua representação mais pura – o olhar das próprias crianças da comunidade. PRINCIPAIS RESULTADOS: O projeto tornou-se uma importante ferramenta para inserção e relação entre comunidade e universidade, foco no qual toda universidade comunitária deve concentrar-se. Além disso, o objetivo essencial do projeto – de valorização da realidade e da autoestima dos estudantes – foi percebido tanto nos depoimentos dos estudantes, como nas falas dos visitantes da mostra. CONCLUSÃO: Como diz Maria Luiza Guarnieri Atik, em Extensão Universitária: Construção de Solidariedade, o conhecimento trabalhado na Extensão deve articular conteúdos de caráter técnico, humanístico e ético; ou seja, preparar o indivíduo tanto como um ser profissional e técnico como um ser social.

 


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