A tuberculose (TB) constitui-se em uma doença infecciosa milenar que tem como agente causal o Mycobacterium tuberculosis ou também chamado Bacilo de Koch (BK). Atualmente, apesar dos recursos tecnológicos para promover seu controle, sua erradicação é um objetivo que está longe de ser obtido em um futuro próximo. A TB é transmitida basicamente pelo ar e pode atingir todos os órgãos do corpo, porém como o Bacilo de Koch se reproduz e se desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão atingido pela doença. O espirro ou tosse de uma pessoa infectada joga no ar cerca de dois milhões de bacilos que permanecem em suspensão durante horas Um terço da população mundial está infectado pelo bacilo tuberculoso BK, possibilitando um enorme reservatório de bacilos que, a cada ano faz adoecer 8 milhões de pessoas e matar 2,9 milhões, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A tuberculose é uma doença que tem uma incidência elevada na comunidade e principalmente entre algumas populações específicas: trabalhadores em saúde, HIV positivos, presidiários, alcoolistas, imunodepressão por outras causas, portanto é fundamental para o controle da doença um diagnóstico correto e rápido, além do tratamento adequado e desenvolvimento de medidas de prevenção. A presença da tuberculose no sistema prisional sem controle tem sido uma ameaça. A incidência de tuberculose é maior entre os presos do que na população geral. Mesmo antes da prisão, muitos detentos estão expostos a fatores de alto risco para a doença, como desnutrição, higiene escassa e condições de vida inadequadas. Além disso, as penitenciárias impõem um risco adicional para a transmissão: a superlotação e a pouca ventilação são dois fatores que frequentemente coexistem nas prisões, juntamente com condições sanitárias adversas, baixo nível socioeconômico e uso de drogas. O objetivo deste estudo é investigar características clínicas e epidemiológicas a partir de um questionário aplicado no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul – RS, com posterior realização de baciloscopia e cultura e a partir dos dados obtidos com estes testes, estimar a prevalência da tuberculose na população estudada. No período de abril a junho de 2001 foi aplicado um questionário como porta de entrada em 25 apenados, em 13 apenados foram realizadas baciloscopia e cultura, e 3 apenados foram positivos, totalizando 12% dos entrevistados. É importante salientar que o impacto da tuberculose nos presídios não se limita apenas aos detentos, afeta também a comunidade com que se relacionam, ou seja, familiares e funcionários dos presídios. Assim, as penitenciárias são pontos importantes de abordagem para que se possam transmitir informações relevantes para o controle da infecção.