DEFICIENTE AUDITIVO ROMPENDO BARREIRAS POR MEIO DA NATAÇÃO

Luis Fernando Santos, Fabricio Gianezini

Resumo


 

A ludicidade surge como forma de lazer, recreação, aprendizagem e promoção da saúde, assim como possibilidade de convivência social, entre as crianças. Nesse sentido destaca-se a importância de vivenciar o lúdico, desenvolver atividades de descontração, desinibição, integração e respeito aos colegas no convívio de grupos, bem como integração de crianças de diferentes etnias, classe social e idades. Surge assim o Projeto de Natação para Deficientes Auditivos, como iniciativa do Departamento do Marketing Esportivo da UNISC para inclusão social, a partir de uma demanda do Projeto Saúde e Estilo de Vida da Criança e Adolescente, de 07 a 17 anos das escolas públicas e privadas do município de Santa Cruz do Sul, como oportunidade de oferecer às crianças carentes um espaço para o desenvolvimento de atividade lúdicas, através das brincadeiras e dos brinquedos, no meio aquático. Os primeiros passos do projeto foram em torno de adaptação ao meio líquido. Na sequência desenvolveram atividades de iniciação ao nado, para que, após dominarem os fundamentos da natação, participar de aulas juntamente com outros jovens. Este relato tem como objetivo descrever a experiência da natação para deficientes auditivos, na ótica dos usuários, destacando aspectos de socialização, inclusão e coordenação motora. Os dados foram coletados junto aos usuários do Projeto e seus familiares, bem como junto aos bolsistas e professores envolvidos no mesmo, através de relatos e observações em aula, de março a agosto de 2011. Os resultados indicam que, o projeto se deu a partir da iniciativa de inclusão social de quinze deficientes auditivos, de ambos os sexos, e consolidou-se pela satisfação dos alunos e professores, através da busca constante de comunicação em libras. Essa socialização pode ser observada tendo início no vestiário, pois, segundo relato dos professores, nesse momento os alunos deficientes buscam a comunicação com os demais, destacando efeitos na autonomia e autoestima. Os professores e bolsistas mencionam ainda que todos os alunos participam das atividades propostas em aula com receptividade e aceitação, demonstrando gostar mais daquelas relativas a interação, demonstrando melhoras na coordenação motora. Os usuários e seus familiares relatam entusiasmo com a oportunidade, o que pode ser destacado nas afirmações publicadas em reportagem do Jornal Gazeta do Sul, em 12 de maio de 2011, onde o projeto é visto como “compromisso inadiável”, “felicidade nas atividades recreativas na água”, “encontro com os colegas”, entre outros. Conclui-se que, na ótica dos usuários e seus familiares, bem como dos professores e bolsistas, o projeto atingiu suas metas de socialização, inclusão e a coordenação motora, bem com a autonomia e a autoestima. Considera-se este tipo de projeto uma oportunidade para a Universidade abrir portas à turmas com necessidades especiais, pois por meio dessa acessibilidade, pode se contribuir na formação destas crianças e adolescentes. “O retorno aparece no sorriso dos participantes que, entre um mergulho e outro, dão um passo a mais em direção ao seu futuro”.

 


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