A adolescência é um período de modificações físicas e comportamentais influenciadas por fatores biopsicossociais. Por ser essa uma etapa de construção da personalidade do indivíduo, surgem inúmeras dúvidas, inclusive sobre sexualidade, que é um tema de grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas. Dessa forma, visando auxiliar os adolescentes nessa fase de transição, o Projeto "Educação Sexual: Formando Redes de Socialização" realizou oficinas sobre os aspectos que envolvem sexualidade, a fim de identificar e esclarecer os questionamentos dos alunos a respeito do tema. Realizaram-se encontros com adolescentes do nono ano de uma escola particular de Santa Cruz do Sul, buscando identificar os conhecimentos prévios e as dúvidas dos alunos a respeito da sexualidade através de metodologias ativas. Entre os temas trabalhados, destacam-se: puberdade e adolescência; sexo, gravidez e métodos anticoncepcionais; doenças sexualmente transmissíveis; e diversidade sexual. Durante essa experiência, procurou-se instigar os alunos para que participassem das apresentações, tornando-as interativas. Além disso, foram realizadas atividades práticas sobre os temas abordados. Entre as dinâmicas realizadas, destaca-se a de conscientização para uso do preservativo, na qual os adolescentes puderam expressar seus sentimentos durante a simulação de receber um teste de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) positivo. Apesar de inicialmente os alunos demonstrarem receio, com a evolução das atividades eles passaram a mostrar grande interesse e foram muito participativos. Com a realização desse projeto foi possível perceber que é importante criar um espaço de diálogo e troca de saberes com os adolescentes, objetivando uma fonte de informação segura, nem sempre alcançada no convívio com pais ou professores. Conforme relatos dos adolescentes, o trabalho realizado instigou em cada um aprendizado, descoberta e autorreflexão sobre a vivência da sexualidade. Embora o tema tenha passado a fazer parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais, sendo obrigatório seu enfoque nas escolas, ainda há muita dificuldade por parte dos professores na sua abordagem. Assim, torna-se importante a capacitação dos educadores, pois se notam despreparados à orientação sexual, apesar de serem fundamentais para o desenvolvimento da ação crítica, reflexiva e educativa a respeito da sexualidade. O caráter social do projeto busca, dessa forma, a inserção de um espaço dedicado à educação sexual nas escolas para que os adolescentes possam refletir sobre a vivência da sexualidade de forma saudável e responsável, tendo como foco a promoção de condutas preventivas, enfatizando-se a distinção entre as formas de contato que propiciam risco de contágio daquelas que, na vida cotidiana, não envolvem risco algum.