A FANTÁSTICA FÁBRICA DE SONHOS DE ROALD DAHL

ISIS LOPES DE ALMEIDA, JOSE FERNANDO SCHMIDT JUNIOR, JULIANA FERREIRA, SAMARA ALVES, ANGELA COGO FRONCKOWIAK

Resumo


A partir da disciplina de Literatura Infantojuvenil, ministrada pela professora Ângela Fronckowiak, durante o primeiro semestre do ano de 2013, pensamos e elaboramos este trabalho, que tem por objetivo analisar alguns aspectos recorrentes nas obras de Roald Dahl, escritor britânico, a saber, A fantástica fábrica de chocolates, James e o pêssego gigante, O BGA, As bruxas e O remédio maravilhoso de Jorge. Anteriormente, no momento da primeira apresentação para disciplina, havíamos incluído em nossa abordagem a colaboração de Quentin Blake como ilustrador das histórias de Dahl, porém, levando em consideração a brevidade da situação, nessa reapresentação decidimos nos basear principalmente no escritor que dá título ao nosso trabalho.

Ao estudarmos as obras de Dahl, destacamos a presença de planos vingativos e sorrateiros, elaborados pelas próprias vítimas de maus tratos, como ocorre, por exemplo, em O remédio maravilhoso de Jorge. A personagem principal dessa obra, o menino chamado Jorge, após ser severamente humilhado e castigado pela avó na ausência dos pais e motivado por um desejo de vingança, prepara uma poção para dar-lhe uma lição. Outra característica que ressaltamos nas obras de Dahl é a predominância de crianças protagonistas, aspecto que pode ser percebido, especialmente, em James e o pêssego gigante. Aqui, James, apesar de viver com as tias, é responsável pela própria subsistência, já que elas, tanto por negligência quanto por pura maldade, não se preocupam com o bem estar do garoto e até mesmo o obrigam a realizar trabalhos forçados. Além disso, durante a viagem no pêssego gigante, James é quem resolve todos os problemas, tornando-se responsável por todos os companheiros.

Essas temáticas percebidas nas obras de Dahl são frequentemente mal compreendidas por muitos leitores que pensam que isso poderia influenciar negativamente as crianças. Por esse motivo, chegam mesmo a solicitar a retirada dos livros de Dahl das bibliotecas da Grã Bretanha. Entretanto, queremos destacar que as obras de Dahl, assim como toda a literatura infanto-juvenil, são emancipatórias, ou seja, não têm o objetivo de educar a partir de conceitos morais, pois acreditamos que as crianças sabem distinguir a realidade da ficção. Esse aspecto sombrio que envolve as histórias de Dahl (aqui nos referimos às temáticas da vingança, da maldade e do abandono, por exemplo) é fundamental para a formação da criança, visto que é capaz de ajudá-las a reconhecer e lidar com os próprios sentimentos, sejam eles de raiva, ódio, rancor, bem como de amor e amizade. Contudo, é imprescindível ressaltar que a obra de Dahl, embora represente temas polêmicos, é marcada pelo humor, o que faz com que a leitura seja divertida e agradável, tanto para a criança quanto para o adulto.

Concluímos que, especialmente no que se refere à criança, questões como o protagonismo, a orfandade e a "punição" merecem destaque na obra de Dahl não pelo valor moral que são a elas atribuídos, mas pela forma emancipatória como são representadas pelo autor. A criança, longe de significar um ser totalmente dependente do adulto, tanto física quanto psicologicamente, é capaz de avaliar as situações que lhe são impostas pela sociedade e tomar as próprias decisões. Nos livros de Dahl, como percebemos, essa é uma realidade recorrente. É, portanto, a respeito desse aspecto que se constroem as bases de nosso trabalho.


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