O Brasil destaca-se entre os principais produtores mundiais de tabaco, sendo que nos três Estados do sul essa atividade é desenvolvida em mais de 600 municípios, caracterizando-se uma cultura típica de pequena propriedade onde a maioria da mão de obra empregada nas lavouras é de origem familiar. O objetivo deste trabalho é contextualizar a cadeia produtiva do fumo em Arroio do Tigre/RS, principalmente, em termos econômicos para o desenvolvimento rural. Como procedimento metodológico, foi realizado a revisão de literatura e a pesquisa documental sobre a produção de tabaco no município de Arroio do Tigre. Em especial, Arroio do Tigre, localizado na Região Centro Serra, é o maior produtor sul-brasileiro de tabaco tipo Burley, destacando-se pela importante produção agrícola com base familiar, integrando 2.557 famílias produtoras de tabaco na safra 2011/2012, atingindo 7.930 toneladas, segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA). Em 2010, a atividade agrícola do tabaco gerou uma renda de 57% do valor produzido nas propriedades. Em Arroio do Tigre, cultivam-se três tipos de tabaco: Burley, Virgínia e Comum. Conforme Redin (2010), o cultivo de tabaco tipo Burley (tabaco de galpão) e o tipo Virgínia (tabaco de estufa) se diferenciam em relação ao manejo do agricultor no processo de colheita e secagem das folhas. Nas palavras do autor, o tabaco tipo Burley retrata o sistema de produção da maioria das famílias agricultoras do município. Além disso, o local tem uma produção bastante diversificada, produzindo milho, trigo, feijão, soja, pecuária de corte e leite e produtos voltados para o autoconsumo e para complementar a renda das famílias nas propriedades do município. Redin (2010) chama atenção para alguns fatores que se destacam, para a implantação dessa cultura, como por exemplo: alta renda bruta por hectare; financiamento e crédito de insumos e instalações; assistência técnica; garantia de compra da safra; seguro agrícola; sistema de produção intensivo; fácil negociação; uso de mão de obra familiar; rusticidade da cultura e tradição familiar. O cultivo de tabaco representa cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) de Arroio do Tigre (REDIN e REDIN, 2012). Todo o processo, desde o início da atividade até a comercialização, precisa receber atenção especial. É necessário ficar atento a cada momento de aplicação de herbicidas e anti-brotantes, além de realizar a colheita no momento adequado para evitar perdas na lavoura (REDIN e REDIN, 2012). As safras 2011/2012, 2012/2013 foram consideradas de boa produção, sendo que os agricultores de tabaco tipo Burley alcançaram bons retornos econômicos, derivado de uma comercialização em alta. Segundo dados da Afubra (2013), foram produzidos 8.558,6 toneladas de tabaco (Virgínia, Burley e Comum) tendo um valor médio pago para o produtor de R$ 6,66 Kg, ou seja, em torno de R$ 100,00 a arroba de tabaco em Arroio do Tigre. Por fim, a atividade fumageira fornece uma interessante orientação financeira para os agricultores familiares, sobressaindo-se em relação a outros produtos agrícolas orientados para o mercado.