A AUSÊNCIA DOS ACS E AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA EQUIPE DE SAÚDE
Resumo
Introdução: No decorrer das aulas práticas de Saúde Coletiva do sétimo semestre do curso de graduação em Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul, desenvolvidas em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF), percebeu-se a ausência de agentes comunitários de saúde em algumas microáreas do território de abrangência da unidade. A Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) prevê atribuições para cada membro da equipe da ESF, assim como atribuições comuns a todos. O agente comunitário de saúde (ACS) representa, nesta equipe, a ligação entre a comunidade/usuários e a unidade de saúde. Objetivo: Identificar as adversidades que a falta do ACS representa na ESF e as consequências destas no trabalho do enfermeiro. Metodologia: Este estudo baseou-se em uma revisão bibliográfica no decorrer das aulas práticas no período de Março a Julho de 2014. Utilizaram-se artigos científicos e documentos do Ministério da Saúde, a partir do ano de 2009 até o presente momento, somadas às percepções dos alunos ao longo do período de prática na ESF. Resultados: Através dos achados literários constatou-se que o ACS é um integrante da equipe da ESF e tem como uma das funções realizar visitas domiciliares em sua microárea, determinando o panorama horizontal do território acerca das patologias e dos riscos psicossociais e ambientais. O enfermeiro, enquanto gestor e coordenador das atividades em sua unidade de ESF, no caso da ausência de algum ACS, pode encontrar dificuldades de visualizar o panorama de seu território, visto que se alguma microárea se encontra sem visitas domiciliares, o contato permanente entre usuário e a unidade de serviço de saúde 226 ESF pode ser fragilizado. Partindo-se do pressuposto de suas atribuições e dos relatos na literatura quanto aos objetivos de seu trabalho, sua ausência na microárea, dificulta os objetivos da ESF, os quais estabelecem que a ESF terá o objetivo de consolidar o Sistema Único de Saúde através de ações que fortaleçam a atenção primária à saúde e, dessa forma, modificar o modelo de assistência curativa ainda instalado em um panorama nacional, dando ênfase para a promoção e prevenção à saúde. Considerações finais: Percebeu-se com este trabalho que a participação dos ACS nas equipes de saúde da família é imprescindível para se atingir 100% da cobertura de assistência como estipulado pelo Ministério da Saúde nos territórios das ESF e que, sem estes, a população adscrita poderá permanecer em situação de risco à saúde e de vulnerabilidade social. Este grupo representa um novo elemento na equipe de saúde, sendo considerado um elemento-chave na organização da assistência. A dinâmica de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde é complexa e apresenta diversas particularidades, potencializada pelo fato de que estes trabalhadores vivenciam a realidade do bairro onde residem e trabalham. Constata-se então, que os ACS tornam-se membros participantes e facilitadores do processo de trabalho da equipe e do enfermeiro enquanto gestor da unidade, realizando o elo entre a equipe e os usuários. Assim, percebe-se que, independente do motivo da ausência dos ACS na equipe, tal ausência não se sustenta se de fato o propósito for buscar um novo modelo de atenção à saúde.240
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