SÍFILIS CONGÊNITA: ANÁLISE DO PERFIL DE PUÉRPERAS INTERNADAS EM UM HOSPITAL DE ENSINO NOS ANOS DE 2012 E 2013.

CAMILA BRAGA DERLAN, DEBORA CRISTINA HAACK BASSANI, JESSICA CHAVES, JANINE KOEP, LIA POSSUELO, BIANCA MOSSMAN GHIGNATTI

Resumo


Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em todo o mundo cerca de 2 milhões de mulheres grávidas são infectadas com sífilis a cada ano e quase um milhão de bebês nascem com sífilis congênita (SC). A sífilis gestacional ainda possui prevalência alarmante, principalmente nos países em desenvolvimento, caracterizando-se como uma das principais causas de morte em recém-nascidos. A ação mais consistente para controle da SC está na garantia de uma assistência pré-natal ampla e de qualidade, efetuando-se o diagnóstico precoce, por meio da triagem sorológica, e o tratamento em tempo hábil, a um baixo custo. Objetivo: analisar a prevalência de VDRL reagente no período gestacional ou na ocasião do parto em dois períodos distintos e realizar a avaliação do perfil sociodemográfico, obstétrico e epidemiológico das puérperas portadoras de SC internadas em um hospital do interior do estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil. Metodologia: o estudo apresenta natureza descritiva de abordagem quantitativa exploratória, retrospectiva e comparativa, sendo realizado através da revisão de prontuários de internação de um hospital no interior do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo iniciou-se com a obtenção dos dados de todas as pacientes VDRL reagentes, no período de janeiro a dezembro de 2012 e 2013. O tamanho total da amostra do ano de 2012 foi de 1665 prontuários de puérperas, sendo revisados 24, com teste VDRL reagente. Já em 2013 foram 34 prontuários analisados de um total de 1843 prontuários.240 SC foi considerada, segundo o Ministério da Saúde, ao se comparar títulos da sorologia não-treponêmica na criança com a da mãe, preferencialmente, de um mesmo teste realizado em um mesmo laboratório.A análise e o processamento dados foram realizados com o programa SPSS versão 22.0. As variáveis contínuas foram expressas como média e desvio padrão (DP), enquanto as categóricas foram expressas como frequência absoluta e relativa. O nível de significância adotado foi de 5% (pâ211¤0,05).O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob número de CAAE: 14624913.0.0000.5343 e a parecer 236523. Resultados: no período de dois anos de estudo, foram avaliados um total de 3508 prontuários de puérperas, dos quais 56 (1,6%) eram casos de VDRL reagente no parto ou durante a assistência pré-natal. Entre os casos de VDRL reagente, foram confirmados como SC 9 (37,5%) em 2012 e240 26 casos (76,5%) em 2013.240 A média da idade materna foi de 24 anos, variando de 15 a 38 anos (± 6,3).240 Com relação aos dados de feto morto, visualizam-se 6 (2,5%) em 2012 e 5 (1,4%) no outro ano. Ao analisar o início do pré-natal, houve predominância do primeiro trimestre, 13 (54,1%) no primeiro ano e 17 (50,0%) no ano posterior. Para o controle da SC foi considerado: tratamentos materno, do parceiro e do RN. Conclusão: O estudo indicou que a qualidade do pré-natal recebido pela gestante não é suficiente para garantir o controle da SC, com a necessidade de melhorar os serviços de saúde a fim de ampliar e priorizar o seu acesso pela população jovem. Uma mostra disso está na falta de qualidade do pré-natal recebido pela gestante, já que houve grande acometimento de pacientes especialmente jovens, e aumento da prevalência da doença no ano posterior do período em análise. Assim, ressalta-se a importância dos registros referentes ao acompanhamento das gestantes, com necessidade de melhoria das informações registradas nos prontuários e


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