A LINGUAGEM E O PACIENTE INFANTIL PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL: O PAPEL DOS FAMILIARES E DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA NÍVEL INTERMEDIÁRIO.

FRANCIELE DA SILVA MOITOSO, JULIANA EISENHARDT, CRISTINA FANK, SANDRA KNAK, MARCUS VINICIUS CASTRO WITCZAK, LISIANE DE OLIVEIRA

Resumo


INTRODUÇÃO: O presente trabalho analisa o papel dos familiares e da equipe multiprofissional no acompanhamento de pacientes infantis portadores de paralisia cerebral (PC) no Serviço de Reabilitação Física Nível Intermediário (SRFIS) da UNISC. Este é um projeto de extensão comunitária e atende pacientes em nível intermediário no processo de reabilitação. A vivência neste espaço proporciona uma visão diferenciada acerca das crianças com PC, em um ambiente de escuta e trocas de experiências, a partir da vivência de cada usuário. A paralisia cerebral acarreta um distúrbio 223permanente224 do movimento e da postura, variações estas, decorrentes de uma lesão no cérebro ainda em formação (CID 10 - G80, 1989). Dentre as principais implicações, a patologia pode comprometer o desempenho motor, cognitivo, visual, auditivo e da linguagem/comportamento. Para que uma criança possa adquirir linguagem são necessários vários fatores: audição, cognição, desenvolvimento emocional e um modelo adulto consistente que dê suporte para as aquisições da criança. A partir de suas experimentações a criança vai vivenciando o mundo através do que pode tocar, sentir e interagir, se constituindo como ser e elaborando sua cognição. Assim a audição, a fonação e o contato físico imediato são elementos básicos de nossa existência social (RECTOR, 1999). Linguagem pode ser definida como sendo um sistema de comunicação, através do qual o homem comunica as suas ideias e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais, permitindo abstrair e comunicar conceitos. O homem faz uso da linguagem verbal e não-verbal (imagens, desenhos, símbolos, músicas, gestos, tom de voz) para se comunicar (CITELLI, 2009). OBJETIVOS: A reabilitação destes pacientes objetiva minimizar as sequelas, proporcionando um desenvolvimento mais próximo da normalidade, através de uma equipe multidisciplinar, que conta entre outras, com a Psicologia, a Fonoaudiologia, a Terapia Ocupacional e a Fisioterapia. METODOLOGIA: A Terapia Ocupacional promove a independência e a funcionalidade global; a Fonoaudiologia trabalha sobre as diferentes formas de linguagem, bem como alimentação; a Psicologia busca a integração social, a identificação de problemas do desenvolvimento e do funcionamento cognitivo; a Fisioterapia avalia e trata da capacidade física e funcional do paciente. RESULTADOS: A capacidade de comunicação das crianças com paralisia cerebral varia muito, algumas conseguem comunicar-se perfeitamente, tanto através da linguagem corporal como pela fonação/verbal. Outras demonstram pouca capacidade de entendimento e acabam por tentar responder de forma corporal, porém, limitam-se pela de incapacidade motora. Existem ainda, aquelas crianças que têm um bom entendimento cognitivo, mas não conseguem expressar-se verbalmente em função de suas limitações motoras. Como podemos ver, as variantes são muitas, mas as possibilidades também são extensas. Formas alternativas de comunicação podem e devem ser exploradas. CONCLUSÃO: A linguagem em seus diferentes contextos precisa ser estimulada, principalmente pelos pais, com quem a criança geralmente tem mais segurança e se sente acolhida. Cabe também à família, a procura por uma equipe multiprofissional que possa auxiliar a criança conforme suas necessidades, nunca deixando de lado a comunicação, mesmo que a criança não responda verbalmente ou corporalmente, pois somos todos dotados de sentimentos.240


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