SEXUALIDADE NO MEIO ACADÊMICO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ANGELICA VAN DER LAAN MENDONCA, CLAUDIA LAIDETE LUZ DA SILVA, JULIA DANEZI PICCINI, PRISCILA FERREIRA CORTEZ, ALMERINDO ANTÔNIO OFF, RENATA BECKER JUCÁ

Resumo


Introdução: A sexualidade humana é conceituada como um conjunto de expressões ou comportamentos do ser humano, de modo a influenciar todo o ciclo de vida, por estar relacionada a fatores biológicos, psicológicos e sociais, dentre estes a procriação e a auto-afirmação social e individual1. A sexualidade não deve ser tratada de maneira isolada de outros aspectos sócio-culturais, pois é um processo contínuo e ininterrupto, que recebe influências históricas, fisiológicas, culturais, emocionais e ambientais2. O meio acadêmico é conhecido por ser disseminador de informações, nas quais a temática da sexualidade humana também está inserida. Nos últimos anos, foram publicados diversos estudos que investigam a prática de sexo seguro entre universitários, bem como prevenção de DSTs e gravidez indesejada3,4,5, mas poucos se preocupam em investigar seus conhecimentos sobre sexualidade e satisfação sexual. Objetivo: Realizar um estudo sobre os aspectos da sexualidade dos universitários em diversos cenários, bem como suas condutas e conhecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos e gravidez não planejada. Metodologia: Revisão bibliográfica sobre os aspectos da sexualidade em acadêmicos da área da saúde. Foram consultadas as bases de dados PubMed e SciELO, no período de 2000 até 2014. Foram encontradas cerca de 300 referências sobre o tema, sendo selecionados 19 artigos. Posteriormente, foi realizada análise destes artigos, os quais aliados a capítulos de dois livros-textos, compuseram esta revisão. Resultados: Em relação ao comportamento e conduta dos universitários da área da saúde, após comparação entre jovens no início da vida acadêmica com jovens dos últimos anos de curso, foi observado, em 57% dos estudos, um comportamento sexual de risco significativamente maior em jovens no início da vida acadêmica. Quanto às diferenças entre sexos, os resultados são mais expressivos para o sexo masculino como adeptos de práticas sexuais mais permissivas e liberais em 78% dos estudos que abordaram esta temática. Os métodos contraceptivos referidos, mais utilizados, foram o anticoncepcional hormonal oral (ACHO) e o preservativo masculino (84%), em que o ACHO aparece como o método isolado mais utilizado em relacionamentos considerados estáveis. Entre a população amostral utilizada nos estudos, nenhuma gravidez não planejada foi relatada. Conclusão: De acordo com os resultados observa-se que, mesmo entre acadêmicos da área da saúde, a compreensão sobre condutas sexuais saudáveis e de risco ainda é deficitária. Os estudos analisados reforçam a necessidade da ampliação curricular e capacitação docente na área de educação sexual, não se limitando apenas aos aspectos fisiológicos, mas também aos fatores psicossociais envolvidos. Apesar do meio acadêmico ser conhecido por disseminar conhecimento adequado, os artigos demonstram que muitas pessoas consideradas de alto nível intelectual (universitários), se expõem a diversos fatores de risco, como sexo desprotegido, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidez indesejada, revelando a importância da implantação de maior orientação às práticas sexuais saudáveis, a fim de tornar os jovens mais responsáveis quanto aos cuidados com a saúde sexual deles e de seus parceiros, transformando-os em multiplicadores da saúde, ratificando informações corretas e confiáveis.


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