A GESTÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO (TICS) PELA AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO RURAL NO VALE DO CAÍ: PROJETO PILOTO DE MONTENEGRO-RS

LUANA DE SOUZA BARCELOS, ANGÉLICA UBACZWSKI, DOUGLAS RITTT, KIANY GABRIELE REIDEL, SILVIO CEZAR AREND, CIDONEA MACHADO DEPONTI

Resumo


O presente resumo refere-se ao projeto de pesquisa e de extensão denominado Desenvolvimento Rural e Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs).O objetivo geral do projeto é analisar as possibilidades de introdução de tecnologias de informação e de comunicação (TICs) para a agricultura familiar no Vale do Caí, com a experiência de extensão piloto em Montenegro, município polo desta região, visando o desenvolvimento regional. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montenegro-RS e a EMATER/ASCAR-RS são as organizações parceiras e responsáveis pela seleção das 10 famílias que compõem o Projeto Piloto. Metodologia: O critério de seleção dessa amostra baseou-se no acesso ao computador e à internet. A amostra é intencional, não sendo, portanto, probabilística. Dentre as atividades de pesquisa e extensão tecnológica destacam-se a aplicação de um roteiro semiestruturado, buscando conhecer o perfil socioeconômico das famílias componentes do Projeto Piloto e o uso e a apropriação das TICs; a realização de oficinas de integração; a construção coletiva de planilhas eletrônicas (Excel) de gestão da propriedade rural; e o acompanhamento dos agricultores 223in loco224 para monitoramento e para auxílio ao processo de registro das informações, visando construir uma metodologia coletiva com os agricultores, de forma que possam tornar-se autônomos nos processos gerenciais. Resultados: Verificou-se que o domínio da tecnologia, o controle e a gestão do estabelecimento rural depende da escolaridade, da capacitação, do conhecimento, da propensão à inovação dos agricultores familiares. Infere-se que há um gap entre o uso e a apropriação das TICs, ou seja, os agricultores participantes do projeto têm acesso a estas tecnologias, no entanto, ao que se refere ao registro das informações e ao controle das despesas e das receitas não há costume nem compreensão da efetiva necessidade e da utilidade das anotações para embasar a tomada de decisão. Portanto, a introdução das novas tecnologias de informação e de comunicação exige uma construção coletiva do conhecimento, a partir de diálogos, de discussão e de negociação, buscando o estabelecimento de uma dinâmica de interface e de aprendizagem social. Nesse sentido, as famílias rurais deverão além de acessar essas tecnologias (infraestrutura), desfrutar de informações combatíveis com seu modo de vida e serem qualificadas para sua utilização. Além da necessidade de os agricultores vislumbrarem o real e o efetivo resultado obtido a partir da utilização das TICs ou da contribuição para tomada da decisão no que se refere aos instrumentos de controle e de gestão da propriedade rural. O envolvimento dos agricultores no processo de construção coletiva dos instrumentos de gestão poderá contribuir com o desenvolvimento do sentimento de pertencimento ao processo, permitindo maior comprometimento destes. Salienta-se ainda que a relação entre os mediadores e os agricultores não se coloca, inicialmente, embora embasada na confiança e na intimidade, necessita-se de um esforço qualificado e de ampla entrega para o trabalho por parte da equipe, ou seja, longo tempo de maturação da relação estabelecida. Concluiu-se, portanto, que a introdução e a utilização de TICs no meio rural facilitam a comunicação, a troca de informações e a ampliação do conhecimento dos agricultores, sendo que este último poderá promover o alargamento de oportunidades econômicas, sociais e políticas, alavancando os processos de desenvolvimento regional.


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