ADOLESCENTE BORDERLINE: RELATO DE CASO

DULCE GRASEL ZACHARIAS, MICHAELA TAMARA RUPPENTHAL

Resumo


Introdução: O presente trabalho faz parte de uma das avaliações obrigatórias da disciplina de Estágio Integrado em Psicologia I, realizado no Serviço Integrado de Saúde 226 SIS. O estudo refere-se ao caso de uma adolescente, de 18 anos, que apresenta traços de Transtorno de Personalidade Borderline. Esta patologia está relacionada à conflitivas trazidas da infância que se acentuam na adolescência ou na fase adulta. As queixas apresentadas inicialmente referem-se à sexualidade, sintomas depressivos, auto-estima baixa, não suficientemente boa em suas ações, mudança no estado de ânimo sem razão aparente, dificuldade de lidar com a dependência da mãe, sentimento de inadequação, auto- mutilação em suas crises de ansiedade e ideação suicida. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise dinâmica acerca do um caso clínico de uma paciente, de 18 anos, que apresenta traços de Personalidade Borderline. Vinculado à psicoterapia sistêmica, o processo terapêutico se deu a partir dos relatos da paciente, em que se identificou intenso sofrimento emocional. Foi necessária uma aprofundação nas causas e sintomas dessa patologia, entrelaçando com histórico familiar, buscando melhor compreender o sofrimento intenso vivido por essa paciente. Metodologia: Seguindo os conceitos trazidos pelo DSM-IV, não há dúvidas sobre a dificuldade de fechamentos de diagnóstico, pois se demanda tempo no processo terapêutico. A instabilidade afetiva nas relações interpessoais, é característica dos indivíduos acometidos a essa patologia, leva a extremos de idealização e desvalorização, sensíveis aos menores estímulos externos (reais ou imaginados), que se centram na questão do medo do abandono e são acompanhados de esforços incríveis para evitá-lo. A instabilidade afetiva para esses indivíduos funciona como uma montanha russa, o que a torna também uma das características centrais do transtorno. Seguindo o estudo de caso, busca-se entendimento dinâmico para identificação, descrição e compreensão dos pacientes acometidos a essa patologia, buscando a contextualização das estruturas prejudicadas. Resultados e Conclusão: Os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline encontram-se imersos na relação com o outro e dependente dele; a estrutura é construída no modo de se vincular. A identificação desse transtorno não pode ser feita sem tempo suficiente para caracterizá-lo como tal. O caso da paciente apresenta diversas conflitivas na relação simbiótica com a mãe, e vários acontecimentos desagradáveis durante o crescimento e desenvolvimento, as consequências para o desenvolvimento acontecem quando a separação do companheiro simbiótico, agravando-se por quadro depressivo e sentimento de abandono. Seja no nível biológico seja no nível psicoterapêutico, o Transtorno de Personalidade Borderline é considerado uma patologia grave pelo comprometimento das várias esferas vivenciais do indivíduo: social, amorosa, ocupacional e familiar.


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