A POSSIBILIDADE DE DIFERENTES AMBIENTES PARA A LEITURA E O PLANEJAMENTO CONJUNTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A MONITORIA
Resumo
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência 226 PIBID/UNISC aproxima os acadêmicos da realidade das escolas, oferecendo possibilidade de atuação em oficinas, intervenções e monitorias, com turmas de ensino fundamental e médio. Na Escola de Educação Básica Estado de Goiás, nos foi oferecida a monitoria em conjunto com a professora Marta, nos sextos anos. A iniciativa partiu da própria escola, que relatou à coordenação de nosso subprojeto, PIBID Letras/Português, a necessidade que a professora tinha de proporcionar mais momentos de leitura em sala de aula. Nesse sentido, nossa monitoria teve o intuito de contribuir para o desenvolvimento da leitura levando em consideração os três eixos que norteiam o Subprojeto de Português: a oralidade/dizer, a leitura e a escrita. Nosso foco se manteve no ler e no dizer. Elie Bajard (2001) afirma que o dizer é atividade necessária ao surgimento da vida na sala de aula e que, sem ele, as práticas da escrita 226 ler e escrever 226 permanecem individuais, transformando a classe em uma biblioteca silenciosa. Dessa forma, nossas atividades se voltaram para a circulação de textos e leituras, oportunizando o dizer nos momentos em que os alunos contavam para a turma os livros que retiravam na biblioteca. Também tivemos momentos nos quais levamos textos dos gêneros poético e narrativo, envolvendo diferentes temáticas, dentre elas a aventura, o humor e o terror, proporcionando atividades coletivas. Dentre todas as monitorias realizadas, gostaríamos de relatar e refletir acerca da experiência que tivemos em uma delas, na qual levamos contos envolvendo a temática do terror 226 tema proposto pelos próprios discentes e pelo qual demonstraram grande entusiasmo e empenho na pesquisa e atenção na hora das leituras das histórias. Na monitoria a que nos referimos, apresentamos dois contos, O Homem que enxergava a Morte, de Ricardo Azevedo, e o Gato Preto de Edgar Allan Poe. O apoio da professora possibilitou um modo diferente de abordar tais narrativas. Fugimos da disposição tradicional das classes na sala, optando por um ambiente mais propício para uma história de terror. Fechamos as janelas, apagamos as luzes e nos sentamos em círculo no chão. Acreditamos que essa forma de contação envolve o aluno, gerando uma experiência mais significativa com a literatura. Nossa expectativa se confirmou na monitoria seguinte, quando conseguimos perceber um retorno e uma participação bem mais ativa deles na elaboração e na contação de textos envolvendo o mistério e o terror. Gostaríamos de destacar a curiosidade que essa temática desperta nos discentes e o aprendizado e a experiência que estamos tendo com a monitoria, embora tenhamos, em alguns momentos, dificuldades no planejamento conjunto. A comunicação entre nós, pibidianos, e a professora com a qual trabalhamos é essencial para o planejamento da aula. Mas concluímos que existe uma grande dificuldade em conciliar o conteúdo que a professora necessita trabalhar em aula com a nossa atuação do PIBID. A necessidade de aplicar provas e trabalhos muitas vezes invade o horário da monitoria. Nesse sentido, gostaríamos de compartilhar nossas experiências a fim de questionarmos e refletirmos sobre um planejamento conjunto, uma atividade que ainda vai além da jornada de trabalho do professor e, também, as consequências de criar diferentes ambientes para apresentações de contos e outras atividades de leitura.240
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