A ESCOLARIZAÇÃO DA BIBLIOTECA: IMPLICAÇÕES NO PROCESSO LEITOR

HELENA JUNGBLUT, JOICE JOSIANE DA SILVA MACHADO, ANGELA COGO FRONCKOWIAK, ELEMAR GHISLENI

Resumo


O Programa de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID/UNISC tem como objetivo proporcionar, aos acadêmicos das licenciaturas, experiências dentro do contexto escolar. Assim, usufruímos destas vivências para nos tornarmos profissionais mais qualificados e com pensamento crítico em relação a nós mesmos no que diz respeito à profissão de educador. Nossa atuação na E.E.E.M. José Alfredo Kliemann, inicialmente, buscou atender a sugestão da escola, de realizarmos um 223Projeto de Leitura224 que despertasse o interesse dos estudantes. A biblioteca, enquanto espaço destinado à leitura, é entendida, previamente, como um ambiente em que o acesso aos livros é facilitado e que propicia a aproximação e o envolvimento do leitor com diferentes linguagens e manifestações artísticas. No entanto, ao conhecermos a estrutura escolar, deparamo-nos com uma biblioteca escolarizada, conforme as instâncias citadas por Magda Soares em A escolarização da literatura infantil e juvenil. As instâncias apresentam-se na organização do espaço e do tempo de acesso dos leitores aos livros e à leitura, também na pré-seleção de livros pelos docentes e nos rituais de apreciação, que exigem fichas de leitura obrigatórias e divulgam formas supostamente corretas de como se deve ler. Além disso, o ambiente encontrava-se repleto de livros didáticos ocupando o espaço e prejudicando a visualização e o acesso às obras de diferentes assuntos. Ou seja, se de um lado o volume de livros aumenta, de outro, em termos de formação, a orientação para o uso do espaço físico não é muito eficiente. Portanto, detivemo-nos a repensar o local de leitura dentro do ambiente escolar, para que este seja um lugar agradável e atraente na formação de novos leitores. De maneira geral, os discentes frequentam a biblioteca somente no período marcado para a retirada de livros, que são previamente escolhidos pelo docente ou pela atendente de biblioteca. Esta ação acaba por configurar-se como tarefa ou dever escolar, pois dificilmente o livro escolhido será aquele que se caracteriza como uma leitura desejada. Diante desse fato, como iniciaríamos um Projeto de Leitura em uma biblioteca que não está preparada fisicamente e na qual os profissionais da educação que ali estão demonstram-se tão escolarizados quanto à má disposição dos livros? Em um ambiente onde conhecer o que há entre as estantes é proibido, experienciar o ato de ir a uma biblioteca se torna um empecilho para a aproximação do futuro leitor com o livro. Poucas instituições param para pensar, discutir e questionar o que significa biblioteca, livro e leitura 226 inclusive a escola em que atuamos. Atualmente, no nosso trabalho, evoluímos no que diz respeito à consciência do uso do livro didático e no que diz respeito à busca por um melhor espaço de leitura, entretanto, ainda buscamos uma compreensão mais apurada dos profissionais, também escolarizados, quanto à importância do projeto que imaginamos e estamos desenvolvendo.


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