CONSTITUINDO ESPAÇOS PARA VIVÊNCIAS POÉTICAS UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM CRIANÇAS DE 3 ANOS

NIQUELI STRECK, LILIANA BECKER MORAES, SIMONE ELIANA RUPPENTHAL SILBERSCHLAG

Resumo


O presente resumo traz o relato de experiência vivenciada a partir da prática de estágio na educação infantil na disciplina do curso de Pedagogia/Parfor, a qual aconteceu no primeiro semestre deste ano, em uma turma de crianças de 3 anos da Escola Municipal de Educação Infantil Vó Olga, na cidade de Mato Leitão, sob orientação da professora Niqueli Streck, com carga horária de 80 horas, sendo 20 horas de observação e 60 horas de intervenção prática. As crianças vivenciavam uma experiência de pesquisa relacionada a sapos, devido ao interesse que demonstraram durante uma história contada pela professora. O "pulo do sapo" começou a fazer parte de seus repertórios de brincadeiras, na pracinha quando um sapo era encontrado a curiosidade trazia a turma toda em volta para observá-lo e assim foi-se constituindo uma intencionalidade de pesquisa em relação ao que as crianças já sabem sobre esse animal e ao que desejariam saber, constituindo, dessa forma, um projeto de pesquisas, interações, brincadeiras e linguagens. Durante os momentos de observação nessa turma, foi possível pensar em vários aspectos que envolvem a educação e as crianças pequenas e relacionar a tudo que já estudamos, na forma como nos constituímos professores enquanto acadêmicos, nas concepções que acreditamos e num currículo que sonhamos. Então, a partir daquilo que nos permite pensar a criança como um ser linguageiro e de possibilidades, com narrativas individuais diferentes e singulares (BARBOSA e RICHTER, 2010), pensamos em um projeto que potencializasse o encantamento da vivência poética para as crianças, mas principalmente para nós, futuras pedagogas. Entendemos que naquele momento era importante continuar desenvolvendo a temática, pois pouco havia sido feito em relação ao projeto, ele estava se constituindo. Conversamos com as crianças sobre o que já sabiam sobre os sapos e depois de ouvir seus breves relatos, observamos que a maioria delas só conhecia os sapos apresentados nos dvds musicais e o que sabiam também se limitava ao repertório que a própria música apresenta. Já haviam recebido a visita de alguns girinos de rã gigante, mandados pelo Sapo Cururu, um amigo que escrevia cartas para a turma. Suas cartas traziam curiosidades, histórias, fotos de lugares que ele estava, enfim, era um dispositivo de planejamento das professoras que fazia links entre o real e o imaginário e que proporcionava extremo encantamento pelo grupo. Logo esse encantamento já fazia parte de nós e o Sapo Cururu continuou nos ajudando a construir uma caminhada de vivências poéticas, mas carregada de significados e informações. Nosso projeto transgrediu também o espaço da escola, trouxe a participação das famílias e também de uma pessoa da comunidade que criava rãs. Com o passar dos dias as crianças já estavam explicando para as outras turmas o que iria acontecer com os girinos até que se transformassem, que a perereca tem bolinhas nas pontinhas dos dedos e assim, nos surpreendendo a cada dia com suas constituições de enredo na forma como se expressavam. A documentação pedagógica das histórias vividas com as crianças foi um processo contínuo, diário, com registros fotográficos, vídeos e falas a partir das ricas experiências vividas no cotidiano da escola.


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


240


Apontamentos

  • Não há apontamentos.