TRABALHO COLETIVO: A AUTONOMIA NO APRENDER E NO ENSINAR ATRAVÉS DO PROGRAMA EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO

GRAZIELI BARTZ, MANOELA GONCALVES DA SILVA, FABIANA BOROWSKY, SABRINA GIONGO, ANGELA CRISTINA FERREIRA DA SILVA

Resumo


Introdução: O movimento da reforma psiquiátrica brasileira inicia em meados dos anos 70. Este movimento buscou uma inovação em termos de tratamento às pessoas com transtornos psiquiátricos, abolindo a ideia hospitalocêntrica e adotando abordagens que facilitassem a inclusão das pessoas com sofrimento psíquico na sociedade. Esse movimento centralizou-se na parcela adulta da população, inexistindo 240políticas públicas na área da saúde mental infanto-juvenil. Essas crianças e adolescentes eram encaminhadas às instituições voltadas ao trabalho pedagógico que negavam a existência de doença mental nesta faixa etária. Somente a partir de 2002 essa parcela da população passou a contar com o reconhecimento do sofrimento psíquico e tratamentos adequados em centros especializados de atenção psicossocial. Na cidade de Vera Cruz, interior do Rio Grande do Sul, surgiu o Centro de Atenção Municipal Especializado C-AME destinado às crianças e adolescentes que precisam de algum tipo de atendimento na aérea da saúde mental. Em 2013 com a inclusão do Programa de Educação para o Trabalho-PET da rede de cuidados para pessoas com deficiência, iniciaram-se oficinas terapêuticas de culinária para crianças e adolescentes que recebem atendimento no C-AME. Objetivo: Disponibilizar um espaço de convivência individual e coletiva integrativa para desenvolvimento das habilidades e percepções de cada participante a partir da transformação dos alimentos. Metodologia: As oficinas acontecem às quartas-feiras, com um grupo de 05 integrantes. Pedagogicamente são mediadas pelo diálogo, fomentado por profissionais e com auxílio da bolsista do PET. Através desses diálogos são agenciados conteúdos sobre a culinária local e regional possibilitando que os integrantes vivenciem o processo de manipulação de alimentos, discutam sobre suas habilidades e, por conseguinte adquiram autonomia. Considerações finais: As atividades desenvolvidas a partir de abril de 2014 estão cumprindo o objetivo de desenvolver o convívio e as atividades laborais em equipe, bem como habilidades e integração dos participantes de forma a contribuir com o seu autodesenvolvimento. Além disso, o município através da Secretaria de Desenvolvimento Social está cumprindo o seu papel de abrigar e contribuir com o desenvolvimento da cidadania das pessoas como uma condição de direito. Para os envolvidos no PET, essa experiência tem sido uma importante vivência no sentido de compartilhar, ampliar e transformar o processo formativo de cada estudante e de cada preceptor enquanto são desenvolvidos processos de experimentação de autonomia de crianças e adolescentes que freqüentam oficinas realizadas no C-AME. Essas oficinas residem em processo, que explicita originalidade com valor simbólico para cada integrante.240


Apontamentos

  • Não há apontamentos.