HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE NEONATAL: A CONDUTA DO ENFERMEIRO NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

INGRE PAZ, ARIANE DOS SANTOS HOPPE, MARIANA CARLOS MUZZI

Resumo


Introdução: A hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (HPPN) é um distúrbio cardiopulmonar, de etiologia múltipla, caracterizado por um aumento acentuado na pressão pulmonar, provocando shunt direito-esquerdo e hipoxemia grave na transição respiratória normal. A HPPN acomete de dois a seis neonatos por mil nascidos vivos, estando presente principalmente em recém-nascidos a termo ou pós-termo, com mortalidade de aproximadamente 11% dos casos. Seu quadro é caracterizado por insuficiência respiratória progressiva, apresentando cianose, taquipneia, sinais de insuficiência cardíaca ou choque. Como método terapêutico, o óxido nítrico se mostra uma excelente alternativa para a HPPN. Objetivo: Destacar o papel da equipe de enfermagem no manejo do neonato com hipertensão pulmonar persistente, elencando os principais cuidados do enfermeiro em sua assistência. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, realizado através de revisão da literatura, com pesquisa em bibliografias durante o mês de maio de 2015, desenvolvido na disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar - Unidade de Clínica Pediátrica do curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul. Resultados: É consenso entre os autores que a principal conduta da equipe de enfermagem frente ao neonato com HPPN é a atenção quanto à monitoração contínua da oxigenação e perfusão, avaliando-o continuamente, a fim de detectar sinais e sintomas de hipóxia e possíveis respostas ao tratamento. Para isso, a equipe deve manter o ambiente silencioso, evitando agitação e aumento do estresse no recém-nascido (RN) e é indicado que se realizem, ao máximo, cuidados em apenas um momento, reduzindo assim a estimulação ambiental desse neonato. No que se refere ao posicionamento, é recomendado que o RN seja colocado em posição de prona, pois permite restaurar a oxigenação e equilibrar a função circulatória. Sobre a mudança de decúbito, autores salientam que a mesma deve ser feita a cada 8-12 horas, pois esse tipo de cuidado pode causar uma diminuição da oxigenação e, por isso, deve ser minimizado, embora outros autores indiquem que a mudança de posição deva ocorrer frequentemente. O enfermeiro deve realizar o monitoramento da saturação de oxigênio e dos sinais vitais no exame físico, mas priorizando a ausculta pulmonar, a fim de detectar deslocamento de tubo ou presença de secreções que possam dificultar a oxigenação. O profissional de enfermagem deve estar atento para a manutenção da temperatura corporal do RN, evitando hipo ou hipertermia, que podem aumentar a acidose, o consumo de oxigênio e levar à hipoxemia. Outro cuidado a ser realizado sempre que necessário, mas de maneira minimizada, para não haver queda na oxigenação, é a aspiração de tubos endotraqueais e vias aéreas superiores, com objetivo de prevenir obstruções na presença de secreções. É imprescindível a conservação de acessos venosos pérvios para administração de fármacos vasopressores e analgésicos, bem como solução fisiológica para manutenção do balanço hidroeletrolítico. Considerações Finais: Para o desenvolvimento de uma boa assistência, o enfermeiro precisa ter conhecimento sobre a patologia e o estado de saúde em que o RN se encontra. Ainda são poucos os estudos que enfatizam o papel da equipe de enfermagem na HPPN, mas, como foi possível analisar, é real a importância de suas intervenções e monitorização, para garantir a sobrevivência do neonato, consequentemente, diminuindo sua mortalidade.


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