O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento de glicemia plasmática, devido à ausência, deficiência e/ou resistência à ação da insulina. No DM tipo I, a hiperglicemia é resultado da deficiência na secreção de insulina, que progride para ausência absoluta. No DM tipo II, a hiperglicemia ocorre tanto por resistência à ação da insulina como por deficiência na secreção deste hormônio. A insulina é um hormônio anabólico que está envolvido no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos. Em longo prazo, a hiperglicemia provoca alterações como a retinopatia, que pode levar à perda de visão, nefropatia, que pode evoluir até a falência renal, neuropatia periférica, que aumenta o risco de úlcera no pé, que pode evoluir para amputação, processos ateroscleróticos, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e anormalidades no metabolismo das lipoproteínas, que provocam maior incidência de doenças cardiovasculares. O objetivo deste estudo foi avaliar e relacionar o perfil nutricional e as comorbidades associadas ao diabetes mellitus tipo 2 em idosos internados em um hospital do município de Santa Cruz do Sul - RS. A amostra foi composta por pacientes idosos internados em um hospital do município de Santa Cruz do Sul - RS, no período de outubro a novembro de 2014 que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) no momento da internação. Os dados clínicos e diagnóstico médico foram coletados dos prontuários deste hospital. As medidas de peso e estatura foram verificadas pelos acadêmicos de nutrição nas rotinas de atendimento. Na impossibilidade de obtenção dessas medidas, utilizaram-se fórmulas de estimativa de peso e estatura. Para classificar o estado nutricional, calculou-se o índice de massa corporal (IMC) e classificou-se conforme propõe Lipschitz (1994). Os dados foram tabulados e avaliados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0, o nível de significância utilizado foi de p < 0, 05. Participaram do estudo 25 pacientes idosos, com idade média ± DP foi de 67 ± 6, 8 anos, 56% (n=14) eram do sexo feminino. Em relação ao IMC, 8% (n=2) indivíduos apresentaram magreza, 32% (n=8) eutrofia e 60% (n=15) excesso de peso. As comorbidades e as complicações agudas e crônicas mais prevalentes nos pacientes diabéticos foram 84% HAS (n=21) e 36% (n=9) doença arterial coronariana, que é a principal causa de mortalidade em indivíduos com diabetes. Verificou-se a necessidade de intervenção com mudança no estilo de vida e realização de atividade física associada a uma alimentação equilibrada, além de ações que incentivem as práticas de promoção de hábitos saudáveis. Torna-se importante o controle de peso nesses pacientes, a fim de minimizar e evitar futuras complicações, assim como a utilização de terapias que tratem as doenças associadas ao DM, como hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, dislipidemia e nefropatia.