O PACIENTE ONCOLÓGICO E A TERMINALIDADE

DULCE GRASEL ZACHARIAS, ANNE HASSELMANN TEIXEIRA

Resumo


Introdução: O presente resumo relata o caso de um atendimento adulto, em psicoterapia breve individual, no Estágio Integrado III do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul. O estágio é realizado no COI (Centro de Oncologia Integrado) do Hospital Ana Nery, destinado ao atendimento a pacientes em tratamento oncológico. A paciente abordada neste caso será identificada pelo nome fictício Maria, a fim de preservar sua identidade e sigilo. Maria foi diagnosticada com câncer há dois anos, mantendo-se em tratamento desde então. Os atendimentos foram feitos no leito, durante suas internações hospitalares. Por se tratar de uma temática impactante, terminalidade, o assunto despertou interesse para aprofundamento. A terminalidade é um assunto tabu para muitas pessoas, pois engloba todo o sistema familiar e não somente o sujeito, gerando medos e incertezas nos mais diferentes âmbitos de relacionamentos interpessoais. Objetivo: O objetivo geral do estudo foi estabelecer reflexões, análises e discussões, a partir da articulação com a teoria da abordagem sistêmica, bem como apresentar as informações obtidas nos atendimentos, proporcionando um melhor entendimento do caso analisado. Por este motivo, é fundamental investigar como a terminalidade afeta não somente o sujeito, mas as suas implicações no contexto familiar. Metodologia: Através dos atendimentos, é possível identificar, perceber e entender as relações que passam a suportar esta nova configuração no ambiente familiar, bem como as possíveis dificuldades existentes na família. Resultados: Esta vivência proporcionou experienciar e perceber o quanto é desafiador estabelecer um tratamento, criar vínculos e compreender o sofrimento que se esconde sob suas defesas, assim como suas fugas. Conclusão: Durante o processo de psicoterapia breve podem surgir algumas dificuldades, afetando o sujeito de uma forma geral e a constituição familiar. Percebe-se durante a evolução dos atendimentos que a família sofre juntamente com o sujeito e fica totalmente envolvida e absorvida pela esfera de medos e incertezas que geram em torno do assunto. É visto que a luta pelo tratamento do câncer desgasta muito o sistema familiar que tenta, de todas as formas, evitar que o paciente oncológico sofra e se desmotive, oscilando entre dúvidas, medos e tensões. Porém, na maioria dos casos, existe a construção diária da confiança no tratamento e a esperança constante de uma boa recuperação e cura. Para o estagiário de Psicologia está o desafio de aliar a teoria com a realidade do sujeito, trazendo à luz os conflitos, com o compromisso de eticamente proporcionar espaços e evolução ao paciente com o objetivo maior de alívio do sofrimento psíquico.


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