A transição nutricional ocorrida no Brasil caracteriza-se pela diminuição dos índices de desnutrição e no crescente aumento de excesso de peso, ou seja, sobrepeso ou obesidade. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009) brasileira, constatou que 33, 5% das crianças entre a faixa etária de 5 a 9 anos estão com excesso de peso. O desenvolvimento precoce de excesso de peso tem aumentado de forma alarmante entre as crianças e adolescentes em todo o mundo, o que pode acarretar prejuízo em curto e longo prazo, sendo fator preditivo da obesidade na fase adulta. Considerado um grave problema de saúde pública, a obesidade é uma doença crônica, definida como o excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, com diversas implicações para a saúde. O excesso de peso está associado às doenças crônicas não transmissíveis, além disso, tem sido relacionado com níveis elevados de ansiedade e redução do desempenho escolar. O objetivo desse estudo foi avaliar o excesso de peso em escolares de duas escolas públicas de Santa Cruz do Sul - RS. Trata-se de um estudo transversal, realizado com escolares, de ambos os sexos, com idades entre 5 e 16 anos, matriculados em duas escolas públicas, cujos pais aceitaram participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As medidas antropométricas (peso e altura) foram coletadas por estagiárias do Curso de Nutrição da Universidade de Santa Cruz do Sul, de acordo com a Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN, tal procedimento foi realizado na própria escola. Através dos dados obtidos nas aferições de peso e altura foi utilizada a fórmula do índice de massa corporal (IMC = peso/altura²), conforme o sexo e a idade. Para verificar o estado nutricional dos sujeitos da pesquisa, as categorias utilizadas foram: < escore-z -2: magreza; > escore-z -2 e < escore-z +1: eutrofia; > escore-z +1: excesso de peso e > escore-z +2: obesidade. Os dados foram tabulados e avaliados no programa AnthroPlus e Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para a análise estatística, o nível de significância utilizado foi de p < 0, 05. Foram avaliados 359 escolares, com idade média ± DP foi de 9, 76 ± 2, 93 anos, sendo 191 (53, 2%) do sexo feminino. A classificação do estado nutricional, de acordo com o IMC para idade mostrou que 214 (59, 6%) escolares apresentavam eutrofia e 145 (39, 8%) alunos estavam com excesso de peso. A prevalência de sobrepeso e obesidade nos escolares é alta, em especial no sexo masculino, o que é preocupante, pois está associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, esses resultados podem estar associados ao alto consumo de doces, a baixa ingestão de frutas e verduras e ausência de atividades físicas regulares. Ações educacionais devem ser enfatizadas entre os escolares para a promoção da saúde e prevenção de doenças.