COMPARAÇÃO DO PERFIL DO ESTILO DE VIDA IMC E RESISTÊNCIA ABDOMINAL DE MULHERES PRATICANTES DE DANÇA E MULHERES SEDENTÁRIAS DO MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES - RS

CÉZANE PRISCILA EUTER, FABRICIO JOSE DA SILVA

Resumo


Introdução: O estilo de vida individual tem um elevado impacto sobre a saúde da população, o qual tem se caracterizado, cada vez mais, pela busca de conforto e bem-estar. Este, infelizmente, confunde-se com atitudes que solicitam menos esforço físico, levando o indivíduo ao sedentarismo. A vida sedentária, atrelada à má alimentação, rica em gorduras e produtos industrializados, ao consumo de bebidas alcóolicas e cigarros, bem como o constante estresse, fazem aumentar uma série de doenças que comprometem a qualidade de vida das pessoas. A prática de atividade física proporciona benefícios evidenciados em ambos os sexos. Entretanto, na mulher, esta abordagem apresenta características próprias, como diferenças do perfil hormonal, diferentes respostas e adaptações ao exercício. Objetivo: Verificar possíveis diferenças nos aspectos gerais do estilo de vida e bem-estar, índice de massa corporal (IMC) e resistência abdominal de mulheres praticantes de dança e de mulheres sedentárias de Venâncio Aires - RS. Método: O presente estudo caracteriza-se como transversal, tendo como sujeitos 50 mulheres, sendo 25 sedentárias e 25 praticantes de dança. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário sobre estilo de vida, dividido em 5 componentes: 1) Hábitos Alimentares; 2) Atividade Física; 3) Comportamento Preventivo; 4) Relacionamentos e 5) Controle do Estresse. Cada componente possui 3 questões, com 4 possibilidades de resposta: 1) nunca; 2) às vezes; 3) quase sempre e 4) sempre. Após, estas respostas foram novamente categorizadas em: 1) nunca/às vezes e 2) quase sempre/sempre. Foram avaliados, também, o IMC, através do dados de peso e estatura, bem como o teste de resistência abdominal, o qual consiste em executar o maior número de repetições em 1 minuto. A análise dos dados, de forma descritiva (média e desvio padrão; frequência e percentual) e comparativa (teste de Wilcoxon e teste de qui-quadrado), foi realizada no programa estatístico SPSS for Windows, versão 20.0. Foram consideradas significativas as diferenças para p≤ 0, 05. Resultados: as mulheres praticantes de dança apresentam significativamente melhor resistência abdominal, tanto para o valor médio (p<0, 001), quanto na classificação do teste (p=0, 001). Ressalta-se que 44, 0% das praticantes apresentam boa ou excelente resistência abdominal; já entre as mulheres não praticantes, todas apresentam resultado deficiente. Para o IMC, no entanto, as mulheres não praticantes de dança apresentaram menor média (p=0, 025). Com relação aos componentes do estilo de vida, observa-se que as mulheres praticantes apresentam percentual superior na classe "quase sempre/sempre" para o consumo diário de 5 porções de frutas e hortaliças (p=0, 013), para a realização de 4 a 5 refeições variadas ao dia (p<0, 001), para a prática de exercícios que envolvam alongamento muscular, ao menos duas vezes por semana (p=0, 044), para reservar tempo (ao menos 5 minutos diários) para relaxar (p=0, 023) e para equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer (p=0, 003). No entanto, entre as mulheres não praticantes de dança, a prevalência de fumo e consumo de álcool é menor (p=0, 004). Conclusões: O grupo de mulheres praticantes de dança, de forma geral, apresentou melhores resultados no teste de resistência abdominal e na avaliação do estilo de vida e bem-estar, nos aspectos de nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle de stress.


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