ATENÇÃO À SAÚDE DOS TRABALHADORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PET VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Resumo
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), seguindo os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), tem, entre suas atribuições, a responsabilidade de estimular o desenvolvimento de ações da Política de Saúde do Trabalhador nos serviços da Rede de Atenção Básica de Saúde. O triangulo saúde-trabalho-adoecimento vem mostrando-se cada vez mais presente e em crescimento devido às mudanças do mundo moderno e da organização do trabalho, acarretando danos à saúde dos trabalhadores. Assim, em 2012, o Ministério da Saúde - Brasil lançou a Politica Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNST), que preconiza a informação e atenção adequada aos agravos relacionados ao trabalho através de vigilância epidemiológica e sanitária, promoção da saúde e prevenção destes agravos. Sendo assim, o objetivo deste estudo é relatar a experiência desenvolvida com os profissionais da rede básica de saúde, no intuito de problematizar sobre ações, perspectivas e desafios da atenção à saúde dos trabalhadores. O estudo do tipo relato de experiência foi desenvolvido no ano de 2014 pelos integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET Saúde/Vigilância em Saúde - projeto Saúde do Trabalhador, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) em parceria com o município de Santa Cruz do Sul, juntamente com profissionais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da região dos Vales (CEREST/VALES). Com base nas subnotificações dos agravos relacionados a ST evidenciados por bolsistas do PET em atividades anteriores, que nos levaram a pensar em como tentar mudar esta realidade. Foram realizadas rodas de conversa com as equipes multiprofissionais das Estratégias de Saúde da Família (ESF) do município de Santa Cruz do Sul. Como resultados, percebeu-se o envolvimento e interesse dos profissionais em desenvolver as ações de assistência e vigilância epidemiológica, com o incremento das notificações dos casos no sistema de informação, de modo que, a dinâmica da relação trabalho-saúde-adoecimento seja compreendida como dependente dos serviços de saúde, no que tange à sua capacidade de diagnosticar, tratar, prevenir e notificar os agravos à saúde dos trabalhadores. As discussões apontaram também a importância da Política de Educação Permanente em Saúde para o trabalhador do SUS, favorecendo a autonomia do profissional, que, ao reconhecer o "problema", poderá buscar interlocução com os diversos setores, articulação com os demais profissionais e servidores do SUS, bem como a efetivação das ações de ST. Foi apontada também a importância da divulgação da política de Saúde do Trabalhador (ST) e suas ações para os serviços de saúde, bem como a importância das notificações e encaminhamentos destes agravos. Com isso, a experiência enfatizou o desenvolvimento de ações que vão além da assistência e que garantem a prevenção de doenças, promoção da saúde, vigilância epidemiológica e dos ambientes de trabalho, com capacidade de oferecer dados acerca das situações de trabalho-saúde-adoecimento no município. Assim, as ações realizadas contribuíram para nortear os profissionais de saúde sobre a abordagem e identificação de casos suspeitos de agravos relacionados com atividades laborais e ações mais efetivas na prevenção dos males à saúde.
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