A diversidade de pteridófitas existentes no sul do Brasil ainda não é completamente conhecida, mesmo que os primeiros estudam datem do século passado. Pertencentes há um grupo de plantas que surgiram através de adaptações necessárias à sobrevivência. Pteridófitas podem ser encontradas em diferentes substratos, bem como possuírem diferentes hábitos. A fim de estudar a ocorrência de gêneros de pteridófitas, desde o final de 2014, estão sendo realizados levantamentos periódicos em duas áreas de mata ciliar nos municípios de Candelária e Vera Cruz. As áreas de estudo localizam-se no ponto turístico conhecido como Cascata Cantinho Colonial, em Vera Cruz e no município de Candelária, no ponto turístico conhecido como Ponte do Império. As coletas estão sendo realizadas atrav@©s de caminhadas por ambas as áreas. O material coletado é primeiramente afixado e prensado, seguindo-se a metodologia usual para coleta e herborização. Todo o material, após identificação, é acondicionado no Herbário da UNISC. No levantamento florístico das peteridófitas das áreas estudadas, até o momento, foram registradas 24 gêneros distribuídos em 9 famílias. A representatividade das famílias de pteridófitas encontradas nas áreas de estudo, em ordem decrescente, foi Polypodiaceae (6 gêneros, 25% do total); Pteridaceae (5 gêneros, 21% do total); Dryopteridaceae (4 gêneros, 17, 1% do total); Blechnaceae, Lycopodiaceae, Thelypteridaceae com 2 gêneros cada (8, 3% do total); Dennstaedtiaceae, Hymenophylaceae e Schizaeaceae com 1 gênero (4% do total) cada. As famílias encontradas foram ocorrentes nas duas áreas de estudo. Na maior parte das áreas inventariadas no Rio Grande do Sul, as famílias Polypodiacea, Pteridaceae e Dryopteridaceae foram as mais representativas, assim como neste estudo. Os gêneros mais representativos foram Anemia, Blechnum, Doryopteris, Microgramma, Polypodium, Pteris e Rumohra. A expressiva representatividade destas famílias está de acordo com outros estudos envolvendo pteridófitas realizados em diversos lugares do Estado do Rio Grande do Sul. A riqueza de pteridófitas é semelhante no Parque Nacional dos Aparados da Serra, no Parque da Ferradura em Canela, no Morro da Extrema em Porto Alegre, no interior do município de São Francisco de Paula, entre outros locais. Conhecer os indivíduos de pteridófitas de um remanescente de mata ciliar é muito importante, pois a presença ou a ausência de determinadas espécies podem ser indicadores de possíveis mudanças neste ecossistema, uma vez que as pteridófitas dependem da água para completarem seus ciclos evolutivos. Estudos da diversidade e ocorrência das pterídófitas são fundamentais para a manutenção e conservação da natureza e incrementos nos esforços para a sua conservação são imprescindíveis.