EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL SOBRE A FLEXIBILIDADE EM TRABALHADORES DE DIVERSOS SETORES DE UM HOSPITAL DE ENSINO DA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO - RS

LEANDRO TIBIRIÇÁ B RGOS, MIRIA SUZANA BURGOS, HILDEGARD HEDWIG POHL, ANDREA MATTOS DE ANDRADE, CÉZANE PRISCILA EUTER

Resumo


Introdução: A realidade do serviço hospitalar não é diferente de outros serviços, gerando sobrecarga e cobrança por produtividade como fator estressante para seus funcionários, com um ritmo exaustivo de trabalho, inclusive com regime de plantões, carga horária elevada, turno noturno, trabalhadores com mais de um emprego devido aos baixos salários, enormes responsabilidades, risco de acidentes e atividades antiergonômicas. Assim, de maneira geral, o hospital é considerado um recinto insalubre, penoso e perigoso para os que nele trabalham, sendo um local privilegiado para o adoecimento. Além dos riscos de acidentes e doenças de ordem física, o sofrimento psíquico é também bastante comum e está em crescimento diante da pressão social e psicológica a que estão expostos os que ali atuam, ao fim do expediente, muitos desses trabalhadores encontram-se com quadros álgicos, em consequência de suas atividades laborativas. Objetivo: verificar efeitos de um programa de GL sobre a flexibilidade em trabalhadoras de diversos setores de um hospital de ensino da região do Vale do Rio Pardo - RS. Método: Trata-se de um estudo semiexperimental, com medidas pré e pós-tratamento sem grupo controle, antes e após o programa relizado em diversos setores do Hospital Santa Cruz, de março de 2014 a maio de 2015, em que foram avaliados 42 indivíduos, do sexo feminino, com idade entre 22 e 58 anos, que participavam do programa de GL. As sessões foram realizadas no turno da manhã, 3 vezes por semana, com duraçãode 15 minutos, as quais incluíram alongamento, resistência muscular localizada e relaxamento, desenvolvidas especificamente em cada setor do HSC. Para a coleta de dados, foi aplicado o teste Sentar e alcançar (Sit and Reach) e o teste do manguito rotador. Foram considerados três momentos para comparação dos dados: momento 1 (antes do início do programa); momento 2 (após a intervenção com GL) e momento 3 (6 meses após o término da GL). A análise dos dados foi realizada no programa SPSS v. 20.0 (IBM, Armonk, NY, USA), através do teste não paramétrico de Friedman. A comparação dos testes avaliados, nos três períodos (pré-teste, pós-teste e quatro meses após a intervenção), foi realizada por meio do teste Post-hoc de Dunn-Bonferroni, considerado significativas as diferenças para p≤0, 05. Resultados: Os três testes de flexibilidade aplicados apresentaram diferença significativa (p<0, 001) na comparação dos três momentos. Em todos os testes, observa-se um aumento na flexibilidade do momento 1 (antes da intervenção com GL) para o momento 2 (logo após a intervenção). Na avaliação de quais momentos os testes de flexibilidade diferem significativamente, observa-se que, para todos os testes, a flexibilidade difere na comparação entre os momentos 1 e 2 e entre os momentos 1 e 3, demonstrando que o programa de GL melhorou os níveis de flexibilidade dos trabalhadores. Porém, não foi observada diferença significatica entre os momentos 2 e 3, para os três testes avaliados; dessa forma, os sujeitos estabilizaram os níveis de flexibilidade semelhantes 6 meses após o término da intervenção. Conclusão: O programa de GL melhorou os níveis de flexibilidade dos trabalhadores. Sugere-se a realização do programa em um período mais prolongado.


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