AVALIAÇÃO DE ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DA INSERÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

TANIA CRISTINA MALEZAN FLEIG, BRUNO DITTBERNER DUTRA, DEISE DE FATIMA DA SILVA, MURILO REZENDE OLIVEIRA, TAIS MARQUES CERENTINI, VANESSA DE MELLO KONZEN

Resumo


Introdução:O Curso de Fisioterapia da UNISC, nas ações dos Estágios Supervisionados em Fisioterapia na Saúde Coletiva, fez parceria junto a Estratégia de Saúde da Família Bom Jesus, promovendo ações de educação e promoção da saúde que vêm ao encontro da comunidade escolar, contribuindo para avaliação da postura e do peso das mochilas transportadas pelos escolares. A postura é uma posição ou atitude do corpo para uma atividade específica, ou para a sustentação do corpo. Pode ser referida como suficiente e adequada, quando a pessoa mantém esforço muscular mínimo, de maneira individual para a sustentação do corpo ou, de estresse sobre elementos posturais, quando distribui a sobrecarga para estruturas menos capazes de suportar as forças, provocando mudança no centro de gravidade, e em consequência, alterações posturais que podem gerar dor e incidir nos transtornos musculoesqueléticos ou nas alterações posturais, sendo agressores para a saúde física e emocional do escolar. Objetivo: Avaliar a postura e o peso das mochilas de crianças de 6 a 11 anos da Escola Bom Jesus, no município de Santa Cruz do Sul - RS, identificando a prevalência das alterações que necessitarão de intervenção precoce. Metodologia: Foram avaliadas 59 crianças, 30 meninos e 29 meninas, com idade entre 6 e 11 anos. Foi utilizada uma ficha de avaliação postural, balança digital para aferição do peso dos escolares e peso dos escolares com as mochilas. Caracterizou-se a posição das partes do corpo na estruturação da postura: cabeça, cervical, ombro, escápula, torácica, lombar, quadril, joelho, tornozelo e arco plantar. Principais resultados: As 59 crianças (100%) apresentaram pelo menos uma alteração postural. Na apreciação das meninas, 13 (44, 82%) apresentam a cabeça - vista lateral, inclinada; a cervical - vista lateral, anteriorizada em 7 (24, 13%); e as escápulas- vista posterior, aladas e abduzidas em 16 (55, 17%). Quanto à lombar - vista lateral, 13 (44, 82%) apresentam hiperlordose, mas com aspecto positivo diante da posição do joelho - vista anterior, 10 (34, 48%) das meninas está alinhado e na vista lateral em 9 (31, 03%) está em posição de normalidade, tendo também o arco plantar - em 11 (37, 93%) das meninas em posição de normalidade. Para os meninos, faz-se destaque para a posição dos ombros - vista anterior, encontram-se em assimetria entre os hemicorpos, em 19 (63, 33%) dos meninos, tendo na vista lateral, a anteriorização de um ou de ambos os ombros, em 17 (56, 66%) dos meninos. Os tornozelos- vista posterior, em 12 (40%) dos meninos estão alinhados, fato que revela o posicionamento adequado para a estabilidade da postura. Quanto ao peso dos escolares, quando correlacionados ao peso das mochilas, estão mantidas a relação de no máximo 10% do peso corporal para a carga nas mochilas transportadas. Conclusão: Pode-se observar que algumas das alterações encontradas nos escolares avaliados são consideradas como alterações de desenvolvimento, entretanto, sugere-se o acompanhamento das mesmas, pois, conforme a literatura consultada suporta, as alterações posturais também podem advir da falta de conhecimento e interesse dos pais ou responsáveis, a postura inadequada durante as aulas e o uso incorreto das mochilas somado ao uso inadequado de calçados, ao sedentarismo e ao sobrepeso corporal, como também a inexistência de um trabalho preventivo no âmbito da escola, caracterizando o descaso do sistema escolar diante do potencial para a educação e a saúde postural.


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