FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA ESPONDILITE ANQUILOSANTE: UM ESTUDO DE CASO

PATRICIA OLIVEIRA ROVEDA, GIELI OLIVEIRA DE LORETO, MURILO REZENDE OLIVEIRA, VANESSA ANDREIA COUTINHO

Resumo


Introdução: A espondilite anquilosante (EA) é uma doença reumática inflamatória crônica do grupo das espondilo-artropatias caracterizada pela inflamação da pelve e da coluna vertebral (CV), que resulta em uma restrição importante na mobilidade. Surge
geralmente
em jovens, entre
 os 20
 e 
os 
30 anos. Em decorrência da postura alterada, rigidez lombo-sacra e da dor, a fisioterapia aquática (FA) é um tratamento fundamental, visto que até o momento não há cura. A FA propicia inúmeros benefícios a partir do efeito das propriedades físicas e fisiológicas da água, somadas a exercícios adequados, compondo, deste modo, o programa de reabilitação, dentre os vários tratamentos existentes. A FA é eficaz no alívio de dores, pois promove relaxamento muscular, diminuição dos espasmos e contraturas e reduz a sensibilidade à dor, além de facilitar a execução dos movimentos e reduzir o peso corporal sobre as articulações pela ação do flutuação/empuxo, uma das maiores justificativas da imersão para pessoas com desordens de origem reumatológica, uma vez que o indivíduo consegue realizar exercícios e movimentos na água que em solo não realiza, além de estar tratando todas as regiões corporais simultaneamente. Objetivos: Apresentar a eficácia da FA sobre o quadro álgico de uma paciente com EA. Metodologia: Através de um trabalho da disciplina de Hidroterapia, alunos acompanharam três atendimentos na piscina entre maio e junho de 2015, no estágio curricular supervisionado na Clínica Escola de Fisioterapia FisioUnisc da Universidade de Santa Cruz do Sul. O estudo de caso refere-se a uma paciente portadora de EA, do sexo feminino, com 44 anos, 120 kg, aposentada por invalidez, cuja queixa principal é "dor nos joelhos e na lombar". Os sintomas iniciaram há 10 anos e o diagnóstico clínico foi feito há 5 anos. O seu tratamento, além da FA é medicamentoso e fisioterapia de solo. A observação objetivou analisar a proposta de condutas realizada pela estagiária responsável estimulando o raciocínio dos acadêmicos para fazerem sugestões. As sessões de FA foram compostas principalmente por condutas que objetivaram a analgesia e a melhora da movimentação ativa da paciente. Para verificação da dor pré e pós-sessão aquática utilizou-se a escala EVA, que consiste de uma linha reta, com numeração de 0 - 10, em que zero representa "ausência de dor", e dez, "pior dor imaginável". Principais resultados: Na primeira sessão o nível de dor da paciente pré-sessão era 8 e pós-sessão 4. Na segunda sessão a dor inicial era 10 e no final 5. Já na terceira sessão relatou dor inicial 4 no joelho e 8 na CV e ombro direito e ao final a dor no joelho permaneceu a mesma e reduziu para 5 na CV e ombro direito. De acordo com os resultados numéricos da EVA, nas três sessões, registrou-se o alívio da dor em diferentes níveis houve uma variação de 4 a 10 na escala. Conclusões: Verificou-se que a imersão e os exercícios aquáticos promovem a paciente um resultado significativo na analgesia, proveniente da temperatura aquecida da água e da flutuação que gera o alívio de peso corporal e com isso a descompressão articular permitindo a maior movimentação ativa da paciente. Estes ganhos na água contribuem para a melhora da qualidade de vida da paciente no cotidiano. Além do benefício físico da analgesia, o depoimento de bem-estar psíquico da paciente na imersão demonstra o importante papel da FA na vida de pessoas com diagnóstico de EA.


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