TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO INDIVIDUALIZADO NO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO SEM SUPRA DO SEGMENTO ST: UM ESTUDO DE CASO

ANDREA LUCIA GONÇALVES DA ILVA, BRUNO DITTBERNER DUTRA

Resumo


Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é caracterizado por isquemia do miocárdio com morte de cardiomiócitos secundária à redução do fluxo sanguíneo coronário devido à aterosclerose coronariana com oclusão das artérias coronárias. O IAM pode ser subdivido em infarto agudo do miocárdio com supra do Segmento ST (IAMCSST) e sem (IAMSSST). O IAMSSST é uma das principais causas de internações nas unidades de cardiologia e consiste na suboclusão sobre uma placa aterosclerótica instável que sofreu ruptura em uma artéria coronária, interrompendo parcialmente o fluxo sanguíneo para o miocárdio, sendo suficientemente significativo para causar necrose miocárdica. Objetivo: Explanar sobre o tratamento fisioterapêutico individualizado realizado durante o atendimento de um paciente pós IAMSSST. Métodos: Este trabalho é um estudo de caso individual, desenvolvido no Hospital Santa Cruz (HSC), na cidade de Santa Cruz do Sul, durante as atividades do Estágio Supervisionado em Fisioterapia Hospitalar do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, no período de maio de 2015. Resultados: O paciente, homem, 76 anos, aposentado, sedentário, com histórico de Hipertensão Arterial Sistêmica, apresentou forte dispneia e sudorese intensa pela manhã, manifestando dificuldade para deambular. Ao procurar atendimento hospitalar em Encruzilhada do Sul, foi encaminhado para o HSC com IAMSSST, congesto (pré-edema agudo pulmonar) e respirando sob suporte de oxigênio 50% (por máscara Venturi) e Saturação periférica de Oxigênio (SpO2) de 82%. Após dois dias, foi submetido ao cateterismo cardíaco para realização de angioplastia e implantação de stent na artéria circunflexa (ACX) para desobstrução, procedimento executado com sucesso, mas houve permanência de oclusão na artéria coronária direita (ACD) e estenose moderada na artéria descendente anterior (ADA). Diante disso, o paciente permaneceu internado na Unidade de Terapia Intensiva, para recuperação, tratamento medicamentoso e fisioterapêutico, bem como monitorização intensiva enquanto aguardava procedimento cirúrgico de revascularização do miocárdio. Sem queixas, o paciente apresentava-se aparentemente estável e com suporte de O2 (1, 5 L/min), murmúrio vesicular presente em ápices e estertores bolhosos em bases pulmonares à ausculta pulmonar, movimentação ativa dos membros inferiores e superiores preservada. Nos atendimentos fisioterapêuticos foram feitas adaptações nos exercícios para Reabilitação Cardíaca (RC): no primeiro dia, foi realizado vibrocompressão torácica e oscilação de alta frequência, para higiene brônquica, estímulo costal e diafragmático, para melhor ventilação pulmonar, exercícios ativos de extremidades, para auxiliar no retorno venoso, e tríplice flexão ativo-assistida de membros inferiores, para manutenção da amplitude de movimento. Nos segundo e terceiro atendimentos, além das condutas anteriores, foram acrescentados exercícios respiratórios com auxílio do Threshold- PEP (pressão expiratória entre 10 e 15 cmH2O), para reexpansão pulmonar. No quarto atendimento, incluiu-se a deambulação do paciente no corredor do HSC, cuidando para que a frequência cardíaca (FC) não ultrapassasse o limite de 20 batimentos/ minuto acima da FC de repouso. Conclusão: A partir do estudo do caso e da situação problema apresentada, observou-se a importância da adaptação do protocolo sugerido para RC após o IAMSSST, de modo que a fisioterapia proposta fosse segura tanto para o período pós-colocação de


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