IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS ALCALOIDES DE BANISTERIOPSIS CAAPI E PSYCHOTRIA VIRIDIS, COMPONENTES DO CHÁ DE AYAHUASCA

DANIELLY JOANI ULLÉ, CHANA DE MEDEIROS DA SILVA, JÚLIA LUIZA ERN

Resumo


INTRODUÇÃO: O chá resultante da decocção das plantas Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis, conhecido como ayahuasca e caracterizado como alucinógeno, inicialmente utilizado por indígenas, tornou-se amplamente difundido no mundo, com diferentes grupos de adeptos, tendo relatos na literatura de efeitos benéficos e maléficos resultantes de sua ingestão. Tornam-se importantes pesquisas atuais sobre todos os aspectos envolvidos na preparação desse chá, incluindo análises fitoquímicas das plantas coletadas na região sul do Brasil, sendo assim, o objetivo do trabalho foi identificar e caracterizar os principais alcaloides das plantas Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis. METODOLOGIA: Para tanto, realizou-se um estudo analítico experimental de identificação e caracterização dos principais alcaloides das plantas, analisando a provável presença destes por meio de testes cromogênicos, cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). RESULTADOS: As análises preliminares com os reativos cromogênicos indicaram a possível presença de alcaloides nas plantas. A análise por CCD permitiu visualizar a forte fluorescência azul, característica dos alcaloides β-carbolínicos, e avaliar a provável presença de harmina e harmalina. Nas análises por CLAE, a partir da sobreposição de espectros, comparação dos tempos de retenção entre amostras e padrões e avaliações dos espectros de absorção no UV, percebemos a presença dos três alcaloides β-carbolínicos de interesse: harmina, harmalina e tetrahidroharmina (THH). Não foi possível confirmar a presença de N, N-dimetiltriptamina (DMT) com o seu padrão, sendo apenas utilizados dados da literatura capazes de auxiliar na identificação do mesmo. O alcaloide harmina apresentou um pico maior quando analisado no CLAE, evidenciando que estaria em maior quantidade que os demais, mas não foi possível quantificá-lo, devido a sua baixa concentração. CONCLUSÃO: Os métodos utilizados foram eficazes para indicar a presença dos alcaloides β-carbolínicos de Banisteriopsis caapi e inferir a presença de DMT em Psychotria viridis, plantas adquiridas no município de Santa Cruz do Sul - RS.

PALAVRAS-CHAVE: Banisteriopsis caapi, Psychotria viridis, alcaloides β-carbolínicos, CLAE, CCD.


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