AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO AR INTERIOR EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DO SUL - RS

MARIA VIVIANE GOMES MULLER, BRUNA BAUER DE VARGAS

Resumo


Uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) é frequentada tanto por indivíduos acometidos por enfermidades quanto por indivíduos que apresentam o sistema imunológico debilitado, o que ressalta a importância de um estudo da qualidade microbiológica do ar nestes ambientes. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica do ar em uma ESF do município de Cachoeira do Sul e a partir dos resultados, se necessário, estabelecer formas de melhorar a qualidade do ar desse ambiente. Para a obtenção dos isolados foi utilizada a técnica de sedimentação simples em placas contendo meio de Ágar Sabouraud Dextrose para fungos e Ágar Nutriente para coleta de bactérias. O período das coletas ocorreu de setembro a outubro de 2014 e a avaliação microbiológica foi realizada no laboratório de microbiologia da Universidade de Santa Cruz do Sul. As bactérias isoladas foram agrupadas em sete gêneros: Shigella (33, 3%), Bacillus (20%), Escherichia (16, 7%), Staphylococcus (16, 7%), Klebsiella (6, 7%), Serratia (3, 3%) e Neisseria (3, 3%). Todas as bactérias encontradas nas coletas são oportunistas, podendo causar danos a pacientes imunologicamente suprimidos, sendo a mais frequente a Shigella, bactéria causadora de diarreia. A maior parte dos isolados Gram negativos encontrados durante a elaboração deste trabalho são da família Enterobacteriaceae, maior e mais heterogênea família de bactérias Gram negativas de importância médica. O gênero Bacillus foi o segundo mais encontrado nas salas do ESF, com uma frequência de 20%. Este gênero é um dos principais microrganismos evidenciados como potencialmente causadores de infecção. Num total de 45 placas expostas durante as três coletas, houve crescimento de 269 Unidades Formadoras de Colônia fúngicas (UFCs), que, quando isoladas, permitiram a identificação de nove diferentes gêneros, assim distribuídos: Aspergillus (28, 3%), Penicillium (16%), Fusarium (10%), Cladosporium (13%), Trichoderma (10, 4%), Geotrichum (9, 7%), Exserohilum (6, 7%), Acremonium (5, 2%) e Candida (0, 7%). A elevada frequência do gênero Aspergillus é preocupante por ser este o gênero que apresenta a maior patogenicidade dentre os isolados e, além de se tratarem de micro-organismos alergizantes, podem provocar colonização em cavidades pré-existentes, infecções e intoxicações. Por meio desta pesquisa, foi possível concluir que há uma grande variedade de patógenos oportunistas no ar do ESF, portanto, é necessário que haja uma adequada circulação de ar, para que ocorra a dispersão desses micro-organismos, e, assim, menor probabilidade de contaminação da população que frequenta o local. Ainda é importante a realização de um trabalho de educação com os pacientes que frequentam a unidade de saúde, por meio de cartilhas educativas e palestras em grupos de encontro dos pacientes. Os profissionais de saúde também precisam ser sensibilizados para que possam providenciar meios de circulação do ar no ambiente.


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