PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

TAIS MARQUES CERENTINI, BRUNO DITTBERNER DUTRA, KATIA MIRIAN CARNEIRO, LISIANE LISBOA CARVALHO , ANA CRISTINA SUDBRACK, ANDREA LUCIA GONCALVES DA SILVA

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) caracteriza-se pela obstrução crônica do fluxo aéreo, que se manifesta através de tosse frequente e expectoração. A DPOC acomete cerca de sete milhões de brasileiros, sendo a quinta maior causa de internação no sistema público de saúde, afetando principalmente pessoas com mais de 60 anos, nas regiões sul e centro-oeste do país. A tosse é o sintoma mais pronunciado e quando associada à fragilidade dos músculos do assoalho pélvico pode ocasionar perda involuntária de urina, definida como incontinência urinária (IU), que é mais prevalente em mulheres com mais de 60 anos e afeta suas relações sociais e atividades de vida diária. Objetivo: Verificar a frequência de IU em portadores de DPOC. Métodos: O estudo de delineamento descritivo transversal, de natureza qualiquantitativa, apresenta resultados parciais do levantamento realizado por acadêmicos e professores do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, junto a um serviço de Reabilitação. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados um questionário validado "International Consultation on Incontinence Short-Form" (ICIQ-SF), composto por três questões fechadas, sendo a última uma escala numérica de 0 a 10, onde 0 significa nenhuma interferência nas atividades diárias do indivíduo, de 1 a 3, pequena interferência, de 4 a 6, interferência moderada, de 7 a 9, interferência moderadamente alta e 10, muita interferência e ainda um diário de campo para registro da percepção dos sujeito quanto a relação entre a DPOC e a IU. Os dados gerados foram organizados e analisados por meio da planilha eletrônica Microsoft Excel 2010 e expressos na forma de frequência. Resultados: 26 portadores de DPOC participaram do estudo, sendo 14 homens (53, 8%) e 12 (46, 2%) mulheres, todos portadores de DPOC, com idades entre 50 e 83 anos. Dos entrevistados, 50% nunca tiveram perda involuntária de urina, 23, 1% relataram perder urina diversas vezes ao dia, 11, 5% perdem duas ou três vezes por semana, 7, 7% referiram que a perda ocorre uma vez por dia, 3, 8% uma vez por semana e 3, 8% declaram que perdem o tempo todo. Dos pacientes que perdem urina, 38, 5% referem perder uma pequena quantidade, 7, 7%, uma quantidade moderada e 3, 8%, uma grande quantidade. Quando questionados sobre quanto que perder urina interferia em suas vidas diárias em uma escala de 0 a 10, 53, 8% referiram não ter nenhuma interferência em sua vida, 15, 4% relataram que há uma interferência moderada, 19, 2% disseram que moderadamente alta e 11, 5%, que há muita interferência. Quando estratificados pelo sexo, entre os homens, 28, 57% responderam ter algum tipo de incontinência urinária e entre as mulheres, 75% relataram ter alguma perda de urina. Ambos os sexos mencionaram que as perdas ocorriam principalmente durante as exacerbações da DPOC, em suma, quando ocorriam os episódios de tosse mais frequente. Conclusão: Conclui-se que 50% dos portadores de DPOC apresentam algum nível de incontinência urinária, o qual interfere na sua vida diária, sendo essa perda urinária mais frequente nas mulheres, porém em ambos os sexos o aumento da tosse provocado pelas crises de exacerbação da DPOC é o principal fator de risco para o sintoma de incontinência.

Palavras-Chave: Incontinência Urinária; DPOC; Fisioterapia.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.