EFICÁCIA DOS ENFAIXAMENTOS DE COTO DE AMPUTAÇÃO EM UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FISICA

ANA PAULA TREIBER PINTO, GIELI OLIVEIRA DE LORETO, RAFAEL KNIPHOFF DA SILVA, ANGELA CRISTINA FERREIRA DA SILVA

Resumo


INTRODUÇÃO: O coto de amputação ou membro residual é a parte de um membro, seja inferior ou superior, que restou após a realização do processo de amputação, processo que ocorre por diversas etiologias, tais como: traumáticas, vasculares, iatrogênicas, neuropáticas, entre outras. As intercorrências pós-amputação são muitas e merecem cuidado efetivo e permanente da equipe de saúde que assiste as pessoas amputadas. Ressalta-se que o edema no coto é uma das complicações mais comuns e que interfere na reabilitação do amputado em todos os níveis, desde a funcionalidade para pequenas atividades até o desenvolvimento da marcha (quando possível). Por outro lado, existem técnicas e métodos para conter, diminuir e manter as condições necessárias para avançar na reabilitação, uma dessas técnicas, que vem sendo instigada pelo Serviço de Reabilitação Física (SRFis), é o enfaixamento. Esta técnica é utilizada desde o pós-operatório imediato, por meio de faixas de crepe em "forma de oito" ou em "escama de peixe", passando para utilização das faixas elásticas após a retirada dos pontos, sempre com cautela e levando em conta o estado geral do amputado. O grande benefício da faixa compressiva reside na melhora da circulação, diminuição do edema (inchaço), especialmente no coxim terminal, além de mantê-lo em forma cônica ou cilíndrica para uma possível protetização. Objetivos: Frente à existência de dois tipos de enfaixamento de coto, e a controvérsia entre eles, o SRFis, por ser um serviço de referências à rede de reabilitação física para 68 municípios, está desenvolvendo uma pesquisa com seus usuários, cujos objetivos são: verificar qual o enfaixamento com maior eficácia para pacientes amputados de membros inferiores, independente do nível de amputação, e padronizar, a partir dos resultados, a técnica do enfaixamento mais eficaz. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo comparativo entre dois grupos de amputados, que tem intuito de avaliar através da perimetria a eficácia do enfaixamento após duas horas de uso, sendo que um grupo fará o enfaixamento em "forma de oito" e o outro em "escama de peixe". Essa avaliação será realizada com fita métrica comum, tendo como parâmetros a espinha ilíaca ântero-superior e medindo de 10 cm em 10 cm para ambos membros inferiores. Participarão desse estudo amputados transtibiais, desarticulação de joelho e amputados transfemurais, de ambos os sexos, faixa etária entre 18 e 60 anos, sem restrições às etiologias que levaram à amputação. Contudo, não farão parte desse estudo pacientes com amputação em nível de pelve, devido ao ponto de referência perimétrica ser igual para todos e pacientes com obesidade mórbida. Primeiramente, será realizada uma medida antes do enfaixamento e uma após duas horas de uso para os dois tipos: escama de peixe e em oito. Por fim, os dois grupos serão comparados entre si a partir da segunda perimetria, sendo a unidade de medida dada em centímetros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Devido ao fato de a pesquisa estar em andamento, julga-se precoce a socialização dos dados, mas percebe-se, mesmo que de maneira informal, o enfaixamento é importante para moldagem e maturação do coto desde que realizado de forma correta e diária. A partir da catalogação dos dados será proposta a padronização do tipo de enfaixamento e a capacitação da equipe que compõe o SRFis, uma vez que o edema é um fator negativo ao processo de protetização e independência da pessoa amputada.


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