Qualidade de Vida (QV) é "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (WHOQOL GROUP, 1994). A QV de um indivíduo é subjetiva, inter-relacionada ao estado de saúde e à capacidade de viver plenamente, entretanto, BULLINGER et al. (1993) referem-se à QV como a percepção, sentimentos e comportamentos no funcionamento diário de um sujeito, assim como a condição de saúde que se encontra, bem como possíveis intervenções médicas. Portanto, este instrumento avalia a QV na percepção do sujeito, de forma multidimensional, positivamente, como a mobilidade, e negativamente, como a dor. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural (MINAYO, 2000). Objetivo: Avaliar a percepção de pacientes do Serviço de Reabilitação Física (SRFis) da UNISC quanto a sua qualidade de vida e a autoestima relacionada a aparência física. Metodologia: este trabalho trata-se de um estudo transversal, com pacientes do SRFis, entre 18 e 67 anos, cuja coleta de dados está sendo realizada através do WHOQOL-Bref (versão em português do Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde). O questionário de QV é um instrumento genérico, multidimensional e multicultural, que contém 24 questões abrangendo os domínios: físicos, psicológicos, sociais e do meio ambiente, a partir dele, busca-se saber qual a relevância dos fatores físicos, psicológicos, sociais e ambientais que interferem na vida dos indivíduos, uma vez que o objetivo é avaliar a qualidade de vida perante distúrbios psicológicos e físicos e também em pessoas consideradas saudáveis (WHOQOL-Bref). Principais resultados parciais: O presente estudo encontra-se em andamento e, por isso, não há resultados definitivos. Os resultados já obtidos relatam que todos os indivíduos consideram sua QV boa, porém mesclam suas respostas: desde mais ou menos satisfeitos a muito satisfeitos com a saúde que apresentam no momento; todos relatam aproveitar bastante à vida em um ambiente físico que consideram mais ou menos saudável. A capacidade de locomoção é relatada como nem ruim nem boa, mas consideram-se satisfeitos com a capacidade em desempenhar atividades do dia a dia e dizem aceitar de forma média sua aparência física e estão satisfeitos consigo mesmo. Entretanto, todos citam que apresentam sentimentos negativos, tais como mau humor, desespero, ansiedade e depressão (termos estes já estabelecidos no questionário). Conclusões: Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial, ou seja, o grau de QV de um sujeito não se limita apenas a questões relacionadas ao estado de saúde, mas o meio em que o sujeito está inserido é fator decisivo. Todavia, as imposições da sociedade, do que é considerado um corpo perfeito, afetam a autoestima e a consequente aceitação ou não da condição física. Ainda assim, observarmos que nenhum dos entrevistados relatou grau de insatisfação com a QV no momento.