DA SALA DE ESPERA AO LABORATÓRIO DE ÓRTESE E PRÓTESE: DIÁLOGOS DE APROXIMAÇÃO PACIENTE-SERVIÇO

BRUNA VALQUIRIA BAIERLE, FRANCIELE DA SILVA MOITOSO, GRAZIELA KLAUCK, MICHELE DARIVA HAETINGER, ANGELA CRISTINA FERREIRA DA SILVA, MARCUS VINICIUS CASTRO WITCZAK, NATHALIA ROEHRS

Resumo


INTRODUÇÃO: O Serviço de Reabilitação Física Nível Intermediário (SRFis) é um projeto de extensão comunitária da Universidade de Santa Cruz do Sul, conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS), que atende 68 municípios do Rio Grande do Sul, pertencentes a três Coordenadorias Regionais da Saúde, 8º (Vale do Jacuí), 13º (Vale do Rio Pardo) e 16º (Vale do Taquari). O público-alvo é constituído por pessoas com deficiências físicas (acidentados e amputados de diferentes origens) e neuromotoras, visando à promoção e atenção à saúde integrada do usuário, bem como a familiares, através de seus serviços interdisciplinares e multiprofissionais. São oferecidos diversos atendimentos para o público, com o objetivo de promover um projeto terapêutico individual e eficaz ao usuário, entre eles a sala de espera e o laboratório de órtese e prótese. A sala de espera é um ambiente propício a trocas de ideias, experiências e valores entre as pessoas ali presentes, tornando-se um ambiente dinâmico e mobilizador, visto que envolve diversas áreas de saberes. É através dela que os profissionais da área da saúde desenvolvem atividades que ultrapassam o cuidado, promovendo educação em saúde, auxiliando na prevenção de doenças e na promoção da saúde; proporcionando também uma melhora na qualidade do atendimento (RODRIGUES et al, 2009). O laboratório de órtese e prótese é um espaço com equipamentos e ferramentas adequados para a confecção e concessão destes dispositivos aos usuários. OBJETIVO: Observar as alterações físicas e emocionais nos pacientes, a partir da mudança de ambiente sala de espera laboratório de órtese e prótese. METODOLOGIA: A metodologia utilizada é observativa, interativa e relacional, na qual descrevemos as experiências dos usuários, a partir da mudança dos referidos ambientes sob a nossa perspectiva e observações como bolsistas e estagiária. Para tanto, empregamos a teoria do Construcionismo Social (SPINK, 2010). Os dados foram coletados através de um diário de campo, se constituindo como técnica de pesquisa que nos permite relativizar "o universo da pesquisa a partir da problematização e da comparação das diferenças entre modos de vida, descobrindo e desnaturalizando os comportamentos observados" (AFONSO, 2015, p. 134). RESULTADOS: Observamos que os usuários da sala de espera encontram-se por vezes cansados devido ao deslocamento de suas cidades até o Serviço e pela demora no atendimento, resultando em ansiedade antecipatória na realização dos procedimentos no laboratório de órtese e prótese, causando resistência do sujeito ao dispositivo. Percebemos, ainda, que a ansiedade está relacionada com as trocas de vivências e expectativas dentro da sala de espera, frente aos processos de adaptação. Os ambientes de sala de espera e laboratório de órtese e prótese agem como facilitadores, para que os usuários reconheçam sua própria história, fazendo com que seja aliado de sua reabilitação. Em se tratando de crianças, percebemos que a superproteção e a falta de explicação da situação resultam em medo e insegurança, dificultando o atendimento. CONCLUSÃO: Entendemos que os usuários são afetados pelas relações que se estabelecem com o meio onde estão inseridos, das quais emergem emoções que interferem no atendimento e no processo de adaptação ao dispositivo.


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