Introdução: As atuais mudanças no cenário de saúde têm colocado a promoção de estilos de vida ativos e saudáveis como uma das prioridades em saúde pública, com isso, a Educação Física como área de prevenção, recuperação e promoção da saúde e da qualidade de vida vem avançando neste campo. Assim, frente à necessidade da Educação Física de responder a essas evoluções em termos de formação profissional e produção científica de qualidade nesta área, julga-se importante descrever as práticas realizadas durante os dois anos de inserção do estudante de educação física da Universidade de Santa Cruz do Sul no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - Redes de Atenção (PET-Saúde), programa este do Ministério da Saúde. Objetivo: discutir as possibilidades de inserção do acadêmico de educação física na esfera da saúde mental e sua contribuição na lógica da promoção, prevenção e educação nesta área. Metodologia: Este estudo trata-se de um relato de experiências a partir das ações propostas a um grupo de usuários do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II, em Santa Cruz do Sul, durante dois anos. Para o planejamento e execução dessas ações, utilizou-se como fio orientador a inclusão articulada às diferentes formas de atividades físicas. Resultado: As ações escolhidas para serem desenvolvidas no cuidado à saúde foram: a) evento lúdico e esportivo com a participação de 300 pessoas com deficiência e/ou sofrimento psíquico de diferentes níveis, associados ou não a outro tipo de deficiência. Neste evento, foram desenvolvidas atividades lúdicas, esportivas e recreativas como forma de integração e inclusão social; b) oficina terapêutica de expressão corporal, que consistiu em sessões de atividade físicas estruturadas, visando ao desenvolvimento da autonomia dos participantes e atingindo um total de cinco usuários; c) evento de sensibilização à luta antimanicomial, em que foi realizada a ocupação da praça central da cidade, a fim de esclarecer e sensibilizar a população em geral sobre a importância da criação e implantação de Políticas Sociais e assistenciais para pessoas com sofrimento psíquico. Essas intervenções demonstraram ser benéficas, não somente ao serviço e usuários, mas também ao acadêmico de graduação que desenvolve essas práticas, possibilitando uma aproximação impar com esse serviço de atenção psicossocial e suas interfaces. Além disso, fomentou e incorporou novos sentidos e funções profissionais/acadêmicas/sociais para construir o cuidado em saúde mental e dando visibilidade ao estudante/profissional da educação física na área da saúde pública. Conclusão: ao final desse estudo, foi possível perceber que as intervenções do acadêmico de educação física na saúde mental, mais especificamente no CAPS II, desencadeou uma série de oportunidades de inserção deste profissional, materializando que suas ações são capazes de originar novas práticas e formas de participação em diferentes níveis da saúde, desde o acolhimento às pessoas com sofrimento psíquico até práticas de promoção, prevenção e educação, auxiliando também de forma singular no tratamento terapêutico e assistencial ao usuário do serviço de saúde mental.