ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DIANTE ÀS COMPLICAÇÕES DA AMPUTAÇÃO DE CHOPART
Resumo
Introdução: A amputação, que pode ser definida como a retirada total ou parcial de um membro, para muitos, está relacionada à dependência e à incapacidade. A amputação de membros inferiores é um grande desafio a ser superado, representando impacto socioeconômico, com perda da capacidade laborativa, da socialização e da qualidade de vida, constituindo-se numa das mais devastadoras complicações da doença crônica degenerativa, associada à morbidade, incapacidade e mortalidade. Nessa esteira, tem-se a amputação de Chopart, realizada na transição do retropé e mediopé, principalmente em situações de sofrimento isquêmico, com um resultado funcional muito bom e podendo dispensar a protetização, mas, por outro lado, pode ocorrer deformidade em flexão plantar, devido ao desequilíbrio muscular, além de úlceras junto a extremidades ósseas devido ao atrito e a descarga de peso. Objetivo: Verificar a eficácia de uma intervenção fisioterapêutica em uma situação problema de úlcera pós-amputação de Chopart. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso individual, realizado na clínica de Fisioterapia da UNISC, no período de um ano (julho de 2014 a julho 2015) com três atendimentos semanais. A avaliação ocorreu através do prontuário padrão da Clínica, associado à avaliação do Índice tornozelo Braquial (ITB) com o aparelho Doppler Vascular DV 610. Para o sujeito de este estudo trata (pertencente ao sexo feminino, 49 anos, com amputação Chopart, usuária de andador, depressiva, hipertensa, com sobrepeso e diagnóstico de úlcera em região do coxim terminal, associado à doença vascular periférica decorrente do diabete) foi utilizada fita métrica para avaliação perimétrica e da extensão da úlcera. Principais Resultados: Realizaram-se 130 atendimentos, nos quais o projeto terapêutico visou ao fortalecimento e alongamento da musculatura do membro inferior direito, com ênfase na cadeia muscular extensora, e no esquerdo um programa equilibrado de alongamentos e fortalecimentos, além do treino de equilíbrio estático-dinâmico na posição de ortostase, marcha em barra paralela com e sem obstáculos, cujo resultado foi a melhora da perimetria em 3 cm. O índice inicial do ITB era de obstrução grave, evoluindo de forma satisfatória para obstrução moderada. O mesmo resultado positivo aconteceu com a úlcera que, inicialmente, media 5, 4cm de largura evoluindo para 0, 8cm. Para a cicatrização, o procedimento constou de higienização da lesão com soro fisiológico, aplicação de recursos de eletroterapia através do aparelho Versatile AF9 com alta frequência e microcorrentes, e laser AlGaInP, associado a exercícios metabólicos para melhora do retorno venoso. Observou-se, ainda, que o encaminhamento da paciente para acompanhamento dietético junto ao Serviço Integrado de Saúde - SIS - UNISC desencadeou uma melhora significativa dos hábitos alimentares e o controle efetivo do diabetes, ajudando na cicatrização da úlcera. Conclusões do Trabalho: Percebe-se que a abordagem da fisioterapia pode trazer um ótimo benefício ao sujeito amputado, principalmente em casos em que a situação-problema está limitando as atividades de vida diária e impedindo que seu cotidiano seja satisfatório. Outro aspecto que se destaca são as ações intersetores da UNISC com abordagem interdisciplinar e multiprofissional vislumbrando a qualidade de vida das pessoas e assim desencadeando e potencializando resultados mais efetivos e em menor período de tempo, acelerando a evolução positiva do quadro do paciente.
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