RELAÇÃO DA ADIPOSIDADE ABDOMINAL COM O CONSUMO ALIMENTAR DE GORDURAS E AÇÚCARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARTICIPANTES DE UM AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL

CAMILA CAROLINE DOS SANTOS, FABIANA ASSMANN POLL, FRANCISCA MARIA ASSMANN WICHMANN, MICHELE BEATRIZ KONZEN

Resumo


Introdução: A obesidade é uma doença crônica que se desenvolve como consequência de inúmeros fatores, tais como: genéticos, endócrinos, psicobiológicos e culturais, além disso, o excesso de peso aumenta a associação com outras patologias, por exemplo, o diabetes, a esteatose hepática, a hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares, entre outras. Sabe-se, ainda, que o excesso de tecido adiposo visceral, determinado pela circunferência abdominal (CA), mais do que o corporal total, é determinante no desenvolvimento das comorbidades e/ou complicações relacionadas diretamente com a obesidade e a síndrome metabólica. No Brasil, o excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência em crianças a partir dos cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões. Há distintos locais de deposição corporal de gordura, entre eles, o acúmulo de tecido adiposo visceral é considerado o que oferece maior risco à saúde, sendo identificado como potente fator de risco cardiovascular e coronariano. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo identificar a presença de excesso de peso e CA elevada em crianças e adolescentes atendidos num ambulatório multiprofissional, correlacionando a classificação da CA ao consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e quantitativa, com delineamento descritivo observacional, a partir do qual foram coletados dados dos primeiros atendimentos nos anos de 2013 a 2015 das crianças e adolescentes acolhidas no ambulatório Vida Leve, que faz parte do projeto "Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano", que funciona junto ao Serviço Integrado de Saúde, na UNISC. Os dados coletados foram: CA e sua classificação para a idade; presença de excesso de peso, indicada pelo índice de massa corporal acima do percentil 85, segundo critérios da OMS (2006/2007), e frequência de consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, informações estas questionadas na primeira consulta. A classificação do risco cardiovascular e coronariano através da CA foi determinada pelo percentil 90, de acordo com a faixa etária, segundo Freedmann (1999). Resultados: Os resultados obtidos foram: das 68 crianças e adolescentes analisados no período, todos apresentaram excesso de peso na faixa etária de dois até dezesseis anos; na classificação da CA, das 68 crianças e adolescentes, apenas 1, 47% (n=1) estava abaixo do percentil 90, ou seja, 82, 35% (n=56) estavam com a CA elevada, sendo que, de 16, 18% (n=11) das crianças e adolescentes não foram obtidas a medida da CA. Quanto ao consumo de gorduras, 36, 76% (n=25) as consome de uma a duas vezes por semana; também lanches são consumidos de uma a duas vezes por semana por 32, 35% (n=22) dos indivíduos. No que se refere ao consumo de doces, 39, 71% (n=27) os consome diariamente, já o consumo de sucos artificiais e refrigerantes totalizou um consumo diário por parte de 48, 53% (n=33) dos indivíduos. Conclusão: Além da prevalência de excesso de peso encontrada, um elevado índice de crianças e adolescentes teve a classificação da CA acima do percentil 90. O consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares encontrado foi bastante elevado, podendo o excesso de peso estar correlacionado a esta situação, fatores que podem contribuir para o risco cardiovascular e coronariano. Cabe salientar, ainda, a importância da adoção de hábitos alimentares saudá


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