CORRELAÇÕES ENTRE CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM ADULTOS E IDOSOS ACOMPANHADOS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
Resumo
Introdução: A circunferência do pescoço (CP) define o acúmulo de tecido adiposo na parte interna das carótidas e está fortemente ligada ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares (DCV), risco que se agrava conforme a localização da gordura corporal, pois quanto mais superior a localização, maiores as chances de desenvolver complicações. Objetivo: Este estudo objetiva analisar a correlação entre a circunferência do pescoço, índice de massa corporal (IMC) e os níveis pressóricos em um grupo de adultos e idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, que incluiu como amostra (obtida por conveniência e demanda espontânea ) 35 adultos e idosos hipertensos de ambos os sexos, inseridos nas ações do projeto "Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: da Infância ao Envelhecimento Humano", do Serviço Integrado de Saúde - SIS/UNISC. Para este trabalho, utilizaram-se a medida da circunferência do pescoço e alguns outros fatores que poderiam influenciar no desenvolvimento de DCV, tais como, idade, sexo, IMC, pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), já as análises descritivas (média e desvio padrão) e analíticas (correlação de Pearson) foram realizadas pelo software SPSS® 20.0. Resultados: A amostra incluiu 71, 4% de pacientes do sexo feminino, com faixa etária predominante (42, 9%) dentre 71 e 80 anos. A média da circunferência do pescoço foi 37, 8 cm, destes 57% estão classificados em obesidade presente (OP), 28, 6% em investigação adicional (IA) e 14, 3% estão sem risco (SR), segundo o estudo de Ben-Noun & Laor (2003). Em relação aos parâmetros da pressão arterial, o período avaliado detectou 48, 6% dos pacientes com PAS em níveis altos e irregulares e 23% com PAD também descompensada. A média do IMC, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde (2011), foi de 29, 4 kg/m², estando 74, 2% dos pacientes em sobrepeso. Esses resultados indicaram a existência de associação significativa (p<0, 005) entre os níveis pressóricos com a medida da CP, estatisticamente maiores entre os adultos e idosos com níveis pressóricos mais descompensados. Houve também diferença estatisticamente significante entre as médias de circunferência do pescoço de acordo com as classificações do IMC (magreza, eutrofia e sobrepeso). Conclusão: Conclui-se que a medida da CP mostrou-se correlacionada ao IMC e a pressão arterial e observou-se que a circunferência do pescoço tende a se elevar de acordo com o aumento da pressão arterial e do índice de massa corporal, mostrando-se sensível a modificações dessa variável nessa população, o que sinaliza sobre a importância da inclusão desta medida (CP) na rotina de avaliação física do idoso.
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