EFEITO AGUDO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA SOBRE A FLEXIBILIDADE MUSCULAR DE MULHERES EM PÓS-OPERATÓRIO TARDIO DE CIRURGIA DE CÂNCER DE MAMA.

CIBELE WEBER LUZ, PATRICIA OLIVEIRA ROVEDA, KIMBERLY ARAUJO ALVES

Resumo


Introdução: No Brasil, cerca de 60 a 62% dos diagnósticos do câncer (CA) de mama são realizados em estádios avançados, o que gera a correlação entre diagnóstico tardio e diferentes abordagens cirúrgicas (mastectomia total ou parcial, quadrantectomia e tumorectomia) para o tratamento da doença. Diante disso, têm-se buscado processos menos mutilantes, proporcionando melhores resultados estéticos, funcionais e psicológicos nas mulheres acometidas por este tipo de câncer. Uma das complicações mais frequentes pós-mastectomia é a perda da flexibilidade muscular e a Fisioterapia Aquática (FA) está entre as modalidades fisioterapêuticas que podem melhorar a flexibilidade muscular mais rapidamente, através de alongamentos e dos efeitos físicos e fisiológicos da água aquecida, que favorece os programas voltados para o aumento de amplitude de movimento (ADM) e flexibilidade articular e muscular (ORSINI et al., 2010), sendo que a propriedade física que mais justifica estes ganhos na imersão, além da temperatura aquecida, é o empuxo, que promove alívio de peso corporal, descompressão articular e consequentemente facilitação nos alongamentos (PARREIRA; BARATELLA, 2011). Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito agudo da FA sobre a flexibilidade da musculatura da cadeia posterior de membros inferiores (MMII) de mulheres mastectomizadas. Metodologia: A amostra foi composta por três mulheres mastectomizadas unilateralmente no hemicorpo esquerdo (Pacientes A, B e C), com idades entre 49 e 55 anos, participantes do Projeto de Extensão "Oficinas de Saúde na Hidroterapia" do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul. Os dados foram coletados na Clínica Escola FisioUnisc, no dia 02/07/2015, avaliando-se a flexibilidade da musculatura da cadeia posterior dos MMII, através do Banco de Wells antes e após uma única sessão de FA de 45 minutos. Para a realização do teste pré e pós-sessão, as mulheres estavam com a roupa de banho e descalças, sentaram-se frente ao banco e flexionaram o tronco, levando o terceiro dedo da mão até a escala numérica do banco. A sessão foi composta por três fases: aquecimento, exercícios específicos (alongamentos e fortalecimentos) e relaxamento associado a exercício respiratório. Resultados: Os resultados da mensuração da flexibilidade avaliada foi bastante positivo, pois a paciente A na mensuração pré-sessão atingiu 25, 5cm na mão D e 25cm na E, e após a sessão, 27cm em ambas; a paciente B, na pré-sessão, atingiu 15, 5 (D) e catorze cm (E) e pós, vinte e 19, 5 cm, respectivamente, e, por fim, a paciente C, que na pré-sessão, chegou a oito (D) e quinze cm (E), e após, oito (D) e dezessete cm (E). Constatou-se que as pacientes A e B obtiveram um bom aumento da flexibilidade muscular após uma única sessão de FA, já a paciente C não apresentou mudança no resultado em seu lado D, mas no hemicorpo acometido houve resultado positivo. Conclusão: Conclui-se que a FA promoveu bons resultados sobre a flexibilidade muscular da cadeia posterior das participantes, mesmo havendo uma diferença entre os hemicorpo acometido e não acometido. A imersão em água aquecida, associada aos exercícios específicos de alongamento, foi bastante benéfica para o ganho de flexibilidade, o que influencia positivamente a qualidade de vida cotidiana destas mulheres.


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