SOBREVIVENTES: LIVRO-REPORTAGEM SOBRE QUEM SAIU COM VIDA DO INCÊNDIO DA BOATE KISS, EM SANTA MARIA
Resumo
Na manhã de domingo, no dia 27 de janeiro de 2013, o Brasil era acordado com a notícia de um incêndio. Uma boate em Santa Maria, cidade universitária do Rio Grande do Sul, pegou fogo durante a apresentação de uma das atrações da noite. As notícias, no começo, anunciavam poucas mortes. Mas, à medida que o tempo passava, o número de vítimas impressionava. O incêndio da boate Kiss deixou 242 pessoas mortas e centenas de feridos. O caso repercutiu não apenas em rede nacional, mas no mundo todo. 27 de janeiro deixou de ser um dia comum e passou a ser lembrado como a data de uma das maiores tragédias da história do país. Nos dias subsequentes, os meios de comunicação buscaram relatar a tristeza que se abatia na cidade e tentavam, ainda, encontrar culpados para o incêndio. Sem que a importância dessas questões fosse minimizada, percebeu-se a necessidade de dar voz àqueles que conseguiram sair da boate e, hoje, seguem suas vidas mesmo com marcas físicas e emocionais de quem é, e sempre será, um sobrevivente da boate Kiss. Em vista disso, o livro-reportagem tem como base o depoimento de sete sobreviventes que se dispuseram a contar suas histórias e, assim, representar tantos outros que também saíram com vida da Kiss. Sobreviventes é formado por cinco capítulos, sendo o primeiro desenvolvido a fim de contextualizar o caso. Buscou-se narrar o antes, o durante e o depois do dia 27 de janeiro, vivenciado pelos sete personagens e apresentados de forma intercalada. Cabe ressaltar que, abordar um caso desta magnitude, foi tarefa delicada, principalmente, pela comoção que o envolve. Santa Maria sofreu e ainda sofre com os efeitos emocionais deixados pela perda de 242 jovens. Por conta disso, quando se iniciou o processo de pesquisa e desenvolvimento das ideias, a principal preocupação se mantinha quanto à receptividade dos entrevistados. O receio encontrava-se na proposta de mostrar, acima de tudo, a superação vivenciada por eles, não fosse compreendida de início. A resposta, entretanto, foi outra. Os sobreviventes mostraram-se dispostos a contribuir desde o primeiro contato. Compreenderam que o propósito do projeto não era procurar culpados, mas, sim, contar suas próprias histórias. Os resultados positivos ficaram ainda mais evidentes na leitura dos textos. A emoção de muitos ao lerem suas histórias, descritas de forma literária, provou que jornalismo e literatura não só podem, como devem, caminhar lado a lado. A obra originou-se do trabalho apresentado à disciplina de Projeto Experimental em Jornalismo, do curso de Comunicação Social. A partir disso, faz-se necessário destacar que conseguir entregar a obra finalizada no dia de sua defesa, também foi um dos resultados obtidos durante o processo. Fazer, de fato, é melhor do que sonhar. Ao abordar, em um livro-reportagem, a história de sobreviventes do incêndio da boate Kiss, sabia-se o tamanho do desafio. Foram necessários dedicação e responsabilidade, não apenas em cumprir prazos, mas sim, e principalmente, com os personagens que farão parte da futura publicação. Neste caso, o cuidado foi redobrado, por tratar de algo recente e motivo de dor por parte dos envolvidos. O dia 27 de janeiro de 2013 lembra um episódio triste de Santa Maria, mas também carrega importantes histórias de superação que merecem ser contadas. A partir disso e da realização das entrevistas, foi possível perceber, com mais força, o outro lado, por vezes esquecido: a história de quem sobreviveu à Kiss e precisa reaprender a viver.
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