ARQUITETURA E SAÚDE: INTEGRAÇÃO EM EXTENSÃO
Resumo
O reconhecimento e o respeito à diversidade humana são fatores que fazem com que nos movamos para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e plena de oportunidades de vida para todos. Portanto destacamos que a sociedade deve concentrar forças para a difícil tarefa de se educar com relação a diversidade humana e de se estruturar física e espacialmente respeitando as diferenças humanas proporcionando a todos saúde, qualidade de vida, através da promoção da autonomia, usabilidade, mobilidade. A temática abordada no presente trabalho é desenvolvida pelo Projeto de Extensão Arquitetura e Saúde, através da integração entre os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), que visa conhecer, integrar e contribuir com a educação da sociedade e suas responsabilidades com relação à reabilitação física e espacial das pessoas com deficiência (PcD). Este projeto assume a premissa da necessária ligação umbilical entre a reabilitação física e a estrumação espacial para que efetivamente a qualidade de vida ancorada nas premissas de inclusão, autonomia, usabilidade, mobilidade se concretize para todos. A abordagem metodológica do trabalho é realizada através da utilização de diferentes metodologias, como a etnográfica, a de reabilitação física e a de concepção e desenvolvimento de projeto arquitetônico, a fim de poder conhecer a PcD, vivenciar sua vida, as suas relações familiares e sociais, com relatos de vivências, registros gráficos, fotográficos, filmagens, mapeamentos e levantamento dos processos de vida diária, de interação social comunitária e com os espaços urbanos no seu cotidiano. O presente projeto atua de forma há promover a inclusão e qualidade de vida da pessoa com deficiência física e cooperar na comunidade com instituições que trabalham com populações vulneráveis, contribuindo para a humanização de espaços e ambientes. No decorrer do último ano, o projeto beneficiou e envolveu em torno de 5.000 pessoas, sendo, dessas, 3.431 beneficiados em escolas estaduais, 1.200 beneficiados durante a realização de eventos inclusivos, e cerca de 350 beneficiados pelas ações do projeto em se tratando de instituições sócioassistenciais. Este projeto visa, portanto, demonstrar que as PcDs, cuidadores, gestores públicos e a sociedade em geral necessitam construir processos educativos para sensibilizar, reconhecer e identificar as barreiras para que a inclusão aconteça de fato. Reconhecemos que é preciso trabalhar "com" PcDs e não "para" as PcDs, a fim de que possam ter seus cuidados físicos de saúde integrados aos cuidados com o espaço físico, enfatizando a acessibilidade, usabilidade e mobilidade, bem como o estímulo à autonomia e à inclusão. Este trabalho foi realizado com vistas a proporcionar uma visão mais humanística da profissão do arquiteto e urbanista, e a necessidade do seu inter-relacionamento com os profissionais da saúde, objetivando a valorização do papel de cada um, de forma a promover a saúde pública, através da criação de espaços que promovam a vida e ações que transformem a sociedade.
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