APRENDENDO A APRENDER ATRAVÉS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA

CLAUDIA APARECIDA DA COSTA, LARISSA DOS SANTOS, EUNICE MARIA VICCARI, ANGELA DA SILVA

Resumo


Introdução: O Serviço de Reabilitação Física de Nível Intermediário-SRFis da UNISC iniciou como projeto de extensão universitária no ano de 2001 e alcançou o patamar de Serviço referenciado do Sistema Único de Saúde-SUS em 2009 para atender três Coordenadorias Regionais de Saúde, totalizando 68 municípios. Como público-alvo o SRFis, através da atenção em saúde, atende pessoas com deficiência motora, neurológia. Atende também amputadas e atua na formação dos estudantes dos cursos de graduação, tanto por financiamento externo, como voluntariamente. Esse Serviço tem, na sua centralidade, a atenção e a formação em saúde, ambas integrando o arcabouço dos direitos sociais: saúde e educação. Objetivo: Apresentar resultados sistematizados, observados durante o acolhimento a usuários (pessoas com deficiência) do SRFis, demonstrando parte do aprendizado construído no dia a dia enquanto estudantes do curso de serviço social. Metodologia: Este trabalho foi sistematizado a partir da técnica de observação com registros realizados nos diários de campo desde o início da atuação como bolsista de extensão universitária nesse Serviço. O dia a dia no SRFis abrange o atendimento a pessoas com deficiência (PCD) que buscam órteses ou próteses (cadeiras de rodas, de banho, muletas, e outros meios de locomoção). Esse atendimento, a partir do ingresso do usuário no SRFis inicia pelo acolhimento, triagem para avaliação da situação física e social, acompanhado ou não de serviços fisioterapêuticos, bem como informações e orientações sobre o acesso a diferentes direitos sociais dos quais necessitam. O alcance de direitos sociais a essa população é concretizado através de ações de atenção à saúde e de formação de estudantes dos cursos de Serviço Social, Fisioterapia, Psicologia e Enfermagem em equipe multiprofissional e interdisciplinar. Principais resultados: Observou-se no âmbito dos direitos sociais que há muitas pessoas que os desconhecem, e outras que já ouviram muitas vezes, mas nunca tiveram autonomia para acessá-los. É imprescindível que as informações sobre os mesmos sejam veiculadas e fortalecidas de modo que os usuários desenvolvam ativos pessoais para avançarem no seu processo de desenvolvimento como cidadão. Para que esse processo ocorra, além do diálogo com os usuários e profissionais de saúde, também se faz necessário interlocução continuada entre profissionais que atuam em outras políticas sociais como Assistência Social, Educação, Trabalho entre outras no âmbito dos municípios referenciados no SRFs. No SRFis também desenvolve-se atividades de gestão do Serviço, o que permite compreender e analisar informações e dados que integram os prontuários de cada usuário, comparando-os ao Plano Terapêutico Individual. Conclusões: O aprendizado vem permitindo constatar que ouvir os usuários não é o bastante, que devemos escutar com atenção e sem qualquer tipo de prejulgamento. Ouvir, escutar e refletir, durante as vivências com os usuários e demais profissionais, reside em habilidade a ser desenvolvida; portanto, construída como integrante do processo de formação acadêmica. O aprendizado desenvolvido foi o ganho precípuo enquanto bolsista SRFis, construído a partir das histórias contadas e da historiografia reproduzida, duas categorias que apontam semelhanças e diferenças; porém, igualmente importantes no ato de apreender as diferentes dimensões da construção do conhecimento.


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