A VALORIZAÇÃO DADA À FAMÍLIA E OS FRACASSOS ATRIBUÍDOS A ELA

DULCE GRASEL ZACHARIAS, CARINE TEREZINHA SOUZA CARDOSO

Resumo


O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise psicológica de um caso clínico referenciado na abordagem Sistêmica, em andamento na instituição de Serviço Integrado de Saúde-SIS (UNISC), local no qual realizo o estágio integrado em Psicologia I e II. Será explanada a análise referente a uma paciente de 61 anos, que buscou atendimento psicológico espontaneamente por se sentir muito triste. A paciente passou por múltiplas perdas familiares, ocasionando dificuldades em elaboração do luto. Será apresentado um breve relato da história de vida da paciente, da infância até o momento atual, quais suas perdas significativas e como as identificamos. A paciente é órfã desde os 15 anos de idade e, a partir de então, ficou morando com uma irmã, com a qual está até hoje. A irmã mais próxima da paciente é esta que a acolheu, porém a mesma sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), prejudicando seus movimentos, sendo que a paciente e sua sobrinha são hoje as responsáveis pelos cuidados necessários desta irmã enferma. Este é, então, um dos principais motivos pela procura ao atendimento psicológico. No entanto, esta foi a queixa inicial, ao longo do tratamento a queixa foi se modificando e muitas questões de sua dinâmica foram aparecendo. A partir de suas vivências e dos atendimentos psicológicos, foi realizado o levantamento de hipóteses diagnósticas e, através das mesmas, algumas intervenções foram realizadas para assim confirmar ou anular as hipóteses. As hipóteses levantadas foram de sintomas depressivos e luto patológico. Mediante este caso, percebe-se a influência da família e a contribuição da mesma para o sucesso ou fracasso. A abordagem Sistêmica é a base que sustenta a construção desta análise. Podemos compreender a família na visão relacional sistêmica, considerando um grupo de pessoas que interagem, são interdependentes e formam uma unidade afetiva e emocional, social e econômica, com regras, crenças e mitos compartilhados (OSÓRIO, 2009, p. 340). Com este pensamento, elaborei minha análise: a família é uma instituição, na qual atribuíamos expectativas e idealizações em um espaço de amor incondicional e união, considerando ser um espaço natural de referência pessoal e constituição de identidade. No decorrer das sessões foi de extrema importância trabalhar a elaboração das inúmeras perdas e criar alternativas para mudanças efetivas em seu sofrimento. A paciente está em constante mudança, sua evolução é notável a cada sessão. Nosso trabalho se resume na busca constante de rever os vínculos, reduzindo assim, a ansiedade e proporcionando à diferenciação do self, construindo condições para autonomia e o crescimento individual, se diferenciando dos membros da família (NICHOLS & SCHWARTZ, 2007).


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