LABORATÓRIO DE PRÁTICAS SOCIAIS VIVÊNCIAS E PROJETOS: TROCANDO EXPERIÊNCIAS

EDUARDO STEINDORF SARAIVA, CHANA TISCHER SULZBACHER

Resumo


Introdução: O Laboratório de Práticas Sociais visa fomentar a articulação de atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas para a intervenção da psicologia em organizações sociais diversas, tais como: escolas, empresas, órgãos públicos, organizações não governamentais, sindicatos e associações, etc. O LAPS busca proporcionar aos acadêmicos espaços de aprendizagem e intervenção técnica onde esteja presente a atuação interdisciplinar e multiprofissional, voltada para o desenvolvimento da comunidade. A atuação do LAPS dá-se através de projetos específicos de intervenção desenvolvidos em parceria e a partir de articulações com as organizações junto com as quais as atividades são realizadas. O LAPS é coordenado pelo Dr. Eduardo Saraiva, professor do Departamento de Psicologia, desenvolvendo ações de pesquisa, ensino e extensão, juntamente com alunos bolsistas, estagiários e voluntários. Objetivo: Com o Projeto Sentido da Vida nas turmas de 7ª e 8ª série e nono ano, abordando questões sobre a sexualidade, homofobia, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, ficou muito claro como esses assuntos fomentaram a curiosidade e até o estranhamento frente a algumas questões. Então perguntei aos jovens se eles tinham abertura para conversar essas questões tão importantes nessa fase da vida e, para minha surpresa, a grande maioria dos jovens disse não conversarem com seus pais, alguns alegando que os pais trabalham muito e não têm tempo para conversar, outros falaram ter vergonha ou medo, ou não tem abertura suficiente. Teve uma aluna que disse que toda vez que tocava em assuntos como sexo ou drogas, a mãe fugia e falava sobre outras coisas sem dar resposta alguma. Então, a partir desse momento, ficou muito claro para mim a demanda que eu precisava para que se criasse um grupo contemplando as necessidades da escola, a fim de se ter um espaço onde os jovens poderiam se expressar com liberdade e trocar experiências e vivencias. Metodologia: O grupo teve a duração de três meses, com um total de doze encontros, pois com o passar dos encontros fui sentindo que as inquietudes dos adolescentes foram diminuindo e os assuntos propostos foram discutidos, com objetivo proposto, que era principalmente o de os jovens terem um espaço para discutir e compartilhar os assuntos que lhe causam curiosidade. Os temas foram todos em torno da sexualidade, sendo que nessa fase é fundamental os jovens falarem sobre isso, cada tema foi discutido em dois encontros, pois como a duração de cada encontro era muito breve, era necessário mais que um encontro para cada tema. O encontro aconteceu durante os recreios, tendo a duração de 20 minutos cada encontro, então passei nas turmas da sétima e oitava série e nono ano, explicando para os alunos a proposta do grupo, como ele iria funcionar. Solicitei para que participassem somente os alunos que realmente estavam com vontade de contribuir, para assim os assuntos fluírem. Num primeiro momento, percebi muita empolgação por parte dos alunos, que ficaram muito animados por terem uma atividade diferente, um momento onde poderiam falar assuntos que lhe interessavam. Resultado: A experiência foi muito enriquecedora, tive a oportunidade de aplicar muitas técnicas que havia aprendido nas disciplinas de grupais, me experienciar frente ao grupo, ter contato com jovens, e poder falar com eles sobre assuntos que lhes interessam e infelizmente não têm abertura em casa para discutir questões tão importantes desta fase.


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