ANÁLISE INSTITUCIONAL: A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHANTE NA INTERNAÇÃO HOSPITALAR E AS RELAÇÕES ESTABELECIDAS COM OS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE

LUISA CAMARA HARZ, SIMONE CALDAS BEDIN, ANGELA ALENICE ROTHMUND

Resumo


A análise institucional pode ser considerada muito mais que um movimento institucionalista do que uma teoria, que visa 'propiciar, apoiar, deflagrar nas comunidades, nos coletivos e nos conjuntos de pessoas, processo de autoanálise e autogestão' (BAREMBLITT, 1998). Dessa forma, podemos situar como objeto de análise institucional a problemática social real, marcada pelas condições que os atores sociais possuem na sua prática social cotidiana, quer seja profissional ou institucional. Portanto, a análise institucional é uma ferramenta imprescindível na busca de compreender como se dá a dinâmica de funcionamento das organizações e instituições. Esta Análise Institucional é construída no Estágio Integrado III e IV do curso de Psicologia da UNISC, a fim de aproximar as ferramentas institucionais e conceituais com a realidade de um local e compreendê-lo sob a ótica institucional. Tem como objetivo, observar/analisar o papel do acompanhante na internação hospitalar, as relações estabelecidas com a equipe de trabalho da instituição e outras questões e demandas observadas no decorrer da análise. A escolha do tema da análise institucional acontece devido ao papel fundamental desempenhado pelo acompanhante no processo de cuidado na internação e as relações estabelecidas com a equipe de trabalho, principalmente pela observação de dificuldades de comunicação do acompanhante com a equipe e o grande número de solicitações para a psicologia de um espaço de escuta para o acompanhante. O histórico da instituição hospitalar justifica a importância da humanização e da assistência à saúde não devendo ser centrada unicamente em fatores motivacionais externos ou somente no usuário. O hospital humanizado deve contemplar, sua estrutura física, tecnológica, humana e administrativa, a valoração e o respeito à dignidade do sujeito, seja ele paciente, familiar ou profissional que nele trabalha, oferecendo condições para um atendimento de qualidade, por isso a motivação da análise ser feita com os acompanhantes. Outro fator, interessante a ser analisado, é a dificuldade dos pacientes e acompanhantes em questionar e fazer perguntas aos médicos quanto ao tratamento. O papel do médico representa uma combinação entre conhecimento e poder, e acaba sendo comum que após o médico se ausentar, o paciente ou o acompanhante busque informações junto à equipe de enfermagem, para saber quanto ao tratamento, medicações, exames e a internação em geral. Como dispositivos de análise, utilizaram-se observações feitas nos atendimentos, evoluções de prontuários e através de demandas vindas da equipe de trabalho da Ala São Francisco. Através dessa análise, pretende-se conhecer com mais propriedade o papel e o lugar que o acompanhante ocupa na internação hospitalar. Pretende-se fazer uma devolução dessas informações à equipe, para que a equipe tenha conhecimento desse olhar dos pacientes e acompanhantes sobre o trabalho realizado por eles, para que desta forma possam trabalhar as dificuldades e potencializar o que já funciona. O trabalho em saúde em redes de cuidados e a composição de grupalidades são condições importantes nos processos de produção de saúde. A grupalidade é uma experiência que não se reduz a um conjunto de indivíduos, assim como não pode ser tomada como unidade ou identidade imutável. O coletivo, seja ele composto por trabalhadores, familiares, gestores, compõe uma rede de conexão na qual o processo de produção de saúde e de subjetividade se realiza (BARROS et al., 2011)


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