AUTISMO: REALIDADE E POSSIBILIDADES ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

JOAO EDUARDO DE MAGALHAES SALVADOR, MIREILA BEHLING, SAMARA BITTENCOURT BERGER

Resumo


O autismo é a terceira mais comum desordem no desenvolvimento, ocorrendo em 40 a 130 casos por 100.000, seu diagnóstico é clínico sendo baseado nos critérios do DSM-IV. Devido a isto não se concebe mais pensar na Educação Física adaptada desvinculada à educação geral de pessoas com necessidades educativas especiais, especificamente com diagnóstico de autismo. A prática de atividade física está significativamente relacionada à diminuição da ansiedade, depressão, stress e ao aumento da autoestima que são pontos a serem trabalhados com estes autistas. Sendo isto possível através da construção de momentos pedagógicos estruturados em ambientes e materiais que favoreçam as manifestações sócias afetivas. Nas sessões de educação física temos como objetivo utilizar uma metodologia ativa e relacional em crianças com diagnóstico de autismo no município de Santa Cruz do Sul para assim atender as necessidades de trabalhar a corporeidade através de estímulos lúdicos, psicomotores, estimulando o convívio social, criando situações de interação que os provoque para que descubram e explorarem as 'eficiências' de autista como uma possibilidade para o seu desenvolvimento. As atividades ocorrem três vezes por semana, sendo uma em meio líquido (piscina) e duas de ginástica. O projeto tem parceria com associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul, assim contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social. Cada sessão tem a duração de 60 minutos onde são aplicadas atividades que desenvolvam habilidades psicomotoras como jogos de construir, destruir e reconstruir ou aparecer e desaparecer, aparelhos para subir e descer, equilibrar e desequilibrar, além da ginástica para trabalhar o controle de seu corpo. Portanto mesmo nos casos severos de autismo, como de insegurança e inabilidades motoras, os participantes demostraram um avanço importante no desempenho físico, relacional e de autoestima. Sendo percebida a redução de comportamentos de auto e heteroagreção, pois manifestam um temperamento alegre e de maior tolerância com o próximo, o que de fato propiciou a diminuição da dosagem de medicação antidepressiva e uma melhor interação do autista com seu círculo relacional. Na utilização de medicamentos para indivíduos autistas, é importante salientar que não há medicações que tratem da síndrome, eles são usados para combater efeitos específicos como agressividade ou os comportamentos repetitivos. Este conjunto de manifestações decorrentes das atividades trabalhadas e exploradas com eles tornou plausível uma melhor qualidade de vida.


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