O PROCESSO DE LAMINAÇÃO À VÁCUO DE CHAPAS DE CARBONO

DEMIS PESSATTO FAQUI, ADRIANO JOSE BOMBARDIERI

Resumo


Este trabalho tem como objetivo explicitar o processo de laminação de chapas de fibra de carbono à vácuo, bem como as etapas para a realização da mesma, e os materiais e métodos utilizados. Foi tomado como base o conhecimento tanto empírico como teórico da equipe Kamikase Aerodesign, da UNISC. A laminação à vácuo é um processo de certa forma trabalhoso onde cada detalhe é de suma importância para que o produto apresente as características almejadas e atenda as expectativas do realizador. A laminação consiste basicamente em unir a fibra de carbono à um material desejado através de uma mistura de resina e um endurecedor. No caso do aerodesign, onde buscamos cada vez mais diminuir peso alterando o mínimo possível a resistência de nossos componentes, utilizamos a madeira balsa como elemento a ser envolvido pelo carbono por apresentar boa resistência considerando seu peso extremamente baixo, tendo para a resina e endurecedor a utilização da AR300 e AH30, respectivamente. Antes de realmente iniciar a laminação, o carbono e a madeira devem ser devidamente cortados e pesados nas medidas desejadas, a superfície na qual será realizada a laminação deve ser limpa, e só então preparar-se-á a mistura, com a ajuda de uma balança de alta precisão para que a quantidade e proporção sejam exatamente as que foram calculadas previamente. Só então se dá início ao processo, onde camadas uniformes da mistura são passadas em cada componente da chapa. Como exemplo, uma chapa simples com uma camada de fibra de carbono para cada lado da madeira balsa, onde a resina e o endurecedor são passadas na fibra, em ambos os lados da madeira e uma última camada por cima da segunda fibra. Após este processo, a peça é embalada em um filme vácuo, deixando espaço para as mangueiras da bomba à vácuo e então faz-se a vedação do mesmo com Tacky-Tape®, com especial atenção às mangueiras por onde ar tem maiores chances de escapar. Então o sistema é ligado à uma bomba à vácuo, que se funcionando corretamente, sugará o excedente de resina e pressionará todas as camadas do componente durante aproximadamente uma hora, dependendo do tamanho da chapa, para deixá-lo nas melhores condições possíveis. Depois de passado o período de cura da resina (especificado pelo fabricante), primeiramente com a bomba ligada e depois somente fechada na bolsa durante 24 horas, a chapa está pronta para ser utilizada. Se todo o processo for realizado com êxito, o material deverá se apresentar uniforme e sem grandes ranhuras em sua superfície, com exceção de pequenos canais intencionalmente criados por onde passam a mistura da resina com endurecedor, conseguindo alcançar assim um alto índice de resistência mesmo sendo um material de peso muito baixo, o que torna a chapa laminada de fibra de carbono e madeira balsa uma excelente escolha para a construção, por exemplo, das aeronaves dos projetos PK-15 e PKM-15, da equipe Kamikase, que têm grande parte da sua estrutura com base nessas chapas.


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